- Especial
- 4 de março de 2022
O que a polícia já sabe sobre o assassinato de advogado de Gravataí em SC
A morte do advogado criminalista de Gravataí, Carlos Eduardo Martins Lima, é o novo mistério a ser elucidado pela Polícia Civil de Santa Catarina. Encontrado em uma área de trilhas por entre árvores, em um bairro tranquilo de Florianópolis, o corpo apresentava diversos ferimentos, no qual inicialmente a perícia apurou apenas o uso de um objeto cortante, como uma faca.
Agora, os legistas apontam que ele também foi agredido até a morte, já que apresentava hematomas e lesões na região do rosto e cabeça. Preliminarmente a causa da morte seria em decorrência de um politraumatismo, mas o laudo oficial ainda não foi expedido pelo núcleo forense do Estado.
Sem os tênis, joias, relógio e o celular, a polícia acreditava que o crime tivesse sido praticado para roubar a vítima, mas a dinâmica empregada e o veículo dele, uma BMW branca, encontrada há poucos metros do local, descartaram a hipótese, concentrando as investigações apenas para a linha da execução, conforme disse o delegado responsável pelo caso, Ênio Mattos, titular da Delegacia de Homicídios de Florianópolis.
O ponto chave para os investigadores catarinenses é as 24 horas que antecederam sua morte. Além disso eles buscam traçar suas relações e as motivações para as idas frequentes ao Estado nos últimos seis meses. O carro dele também foi encontrado com as portas abertas, levantando a hipótese de que ele conduziu o veículo até o local com os algozes na carona.
Amigos e até mesmo a companheira de Carlos Eduardo prestaram depoimento ao longo desta quinta-feira (03). Poucos sabiam dos últimos dias do advogado na Capital, nem mesmo o circulo de amizade que frequentava, confirmou uma fonte ouvida pela reportagem do Giro de Gravataí.
O delegado também confirmou que já descarta que a motivação para o crime tivesse o contexto profissional. O corpo de Carlos Eduardo foi liberado do Instituto Geral de Perícias de Florianópolis e foi levado para Bagé, sua cidade natal. O sepultamento acontece hoje, na presença apenas de familiares.
Laudos complementares, como o toxicológico, também deverão auxiliar a polícia nas investigações. Eles também acreditam que mais de uma pessoa tenha cometido o crime, e não descartam que uma desavença na madrugada possa ter sido a motivação para o caso.
Polêmico, Carlos Eduardo ostentava em suas redes sociais com o nome de ‘Showman’. Ele também ressaltava sua combatividade durante as defesas, principalmente para integrantes de organizações criminosas no Estado. Recentemente chegou a ficar foragido da Justiça após um descumprimento de medida protetiva contra a sua companheira, que foi revogado dois dias depois.
Além disso, ele foi abordado duas vezes e conduzido à delegacia no último mês por posse de cocaína. Ainda nas redes sociais passou a alegar perseguição por parte das polícias do RS. Até o fechamento desta reportagem a Delegacia de Homicídios de Santa Catarina confirmou que não há suspeitos para o crime. O caso segue em investigação.