André Valdez | A resiliente timidez de Edu Coelho, que é pura generosidade

André Valdez | A resiliente timidez de Edu Coelho, que é pura generosidade
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“Diga lá, meu coração, conte as histórias das pessoas nas estradas desta vida […]” Ouvindo atentamente a letra da canção do saudoso cantor e compositor Gonzaguinha, cada vez mais, percebo o meu verdadeiro papel, meu ofício, minha forma de compartilhar e de angariar conhecimento de tudo aquilo que vejo, ouço e sinto.

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Então, logo preciso falar de um paranaense que adotou Gravataí como sua cidade natal e tem desempenhado um papel imprescindível para a cultura na Aldeia. Eduardo Coelho da Silva possui mansidão em sua fala e traz consigo a sapiência nas ações. Edu Coelho ou apenas Educs.

Trabalho nos bastidores também é fundamental para o sucesso das apresentações.

Engenheiro de som, músico e produtor musical, ele possui 62 anos, é natural de Curitiba, estudou violão erudito no Conservatório Beethoven e superior de instrumento na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Conta ainda com estudos de harmonia e composição, e integrou diversas bandas, transitando entre o erudito, rock progressivo, jazz, jazz-rock, pop, MPB e samba, em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

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Mas foi em sua pré-adolescência, em Brasília, que foi apresentado a outro também adolescente, com óculos de lentes bem espessas, que viria a se tornar o líder de um dos maiores fenômenos da indústria fonográfica deste país, Paulo Ricardo, ex-RPM. Inicialmente, a típica timidez intrínseca dos adolescentes com quem Educs formou suas primeiras bandas resultou no rock progressivo de “Aura” e nos de covers de sucessos do rock e da MPB com a “Trilha Sonora”.

Na adolescência, Edu tocou em uma banda com Paulo Ricardo. Foto: Arquivo Pessoal

Durante este período, Edu dividiu o palco com Paulo Ricardo, com quem até hoje mantém contato, embora os palcos da vida tenham os deixado distantes.  O término do grupo que culminaria na bem sucedida RPM se deu a partir da vontade de Edu em apostar numa banda que bebesse na fonte do rock progressivo, o que não foi bem aceito pela gravadora. Seu companheiro de banda e futuro popstar Paulo Ricardo, depois de uma passagem por Londres, também retornou com novas ideias e querendo investir numa sonoridade mais comercial, o que lhe alçou a condição de uma das bandas mais celebradas dos icônicos anos 80.

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Mas foi em 1989 que o músico se radicou na capital gaúcha e ingressou nos estúdios Isaec e, posteriormente, ACIT – Porto Alegre, onde teve uma intensa rotina de gravação, edição, mixagem e produção musical que lhe serviram de grande aprendizado, além de participar como músico, violonista e guitarrista em faixas demos de diversos artistas. De 2013 a 2018, Edu foi engenheiro de áudio e produtor musical do estúdio da nova gravadora ACIT em Caxias do Sul.

Com os colegas durante a temporada no Theatro São Pedro.

Há 25 anos, Educs atua como engenheiro de áudio no PA e monitor do consolidado espetáculo musical “Tangos & Tragédias”, tendo passagens por muitos teatros do Brasil – do Theatro São Pedro ao Sesc Pompéia –, e do exterior, em países como Colômbia, Equador, Portugal, Espanha, Uruguai e Argentina. Da recente celebração de 40 anos do famoso espetáculo, com a “Sbornia Kontr’atracka”, aos primeiros trabalhos, Edu Coelho teve a oportunidade de conhecer diversos artistas, como Bezerra da Silva, Edu Lobo, Cachorro Grande, Hique Gomez, Nico Nicolaiewski, Claus & Vanessa, Jon Secada (Cuba/USA) e o saudoso tremendão Erasmo Carlos, entre outros.

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Engana-se quem acha que esse trabalhador da cultura não tem atuado de forma efetiva na Aldeia. Morando em Gravataí desde 2017, foi selecionado, há três anos, no edital Saberes e Fazeres da Prefeitura de Gravataí (Lei Aldir Blanc), com o projeto audiovisual “Logo Te Encontrar”. Foram produzidos oito clipes com músicas autorais disponíveis canal Edu Coelho Educs no YouTube.

Ao lado dos artistas Hique Gomez e Simone Rasslan.

Hoje, Edu possui um estúdio no Centro Histórico da capital, no qual realiza diversos trabalhos de mixagem e gravação de diversos artistas locais. Além, claro, de estar participando da tour de 40 anos da Sbornia Kontr’Atracka. Seus próximos compromissos são os shows da temporada no Paraná e Santa Catarina.

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Certamente, ou obviamente, eu deixei alguém de fora desta vasta lista “Cultural Eduquiana”. Alguns artistas gravataienses, por exemplo, Beto Caetano, Glau Barros, Jorginho do Trompete e Drika Carvalho já contaram com a sapiência e a generosidade do solícito Edu Coelho. Se pudesse defini-lo em poucas palavras, eu diria: ele é definitivamente um “trabalhador da arte”.

Espetáculo já foi apresentado pelo Brasil e no exterior.

Fotos: André Valdez/Giro de Gravataí/Especial

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