Escritora de Gravataí publica terceiro livro inspirado na história dos Lanceiros Negros

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Na semana que vem, a professora e escritora Ângela Xavier, presidente do Clube Literário de Gravataí, fará o lançamento da obra infantil “A Lanceirinha”. A obra, publicada pela Libretos Editora, traz ilustrações de Alisson Affonso. Este é o terceiro livro da autora inspirado na história dos Lanceiros Negros. Ela estreou na Literatura Infantojuvenil com “O Lanceirinho Negro”, em 2019. Na sequência, escreveu “O Lanceirinho Negro: Herança de Porongos”.

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Em seu novo trabalho, Ângela resgata o orgulho de um povo em uma fábula que destaca a voz de um avô e o brilho nos olhos da netinha Aisha. E comprova, com afetos cotidianos, que é possível acreditar na luta por um futuro mais justo e inclusivo. Eventos de lançamento estão programados para os próximos dias, em Gravataí e Porto Alegre.

A autora vai participar da Semana Literária do Sesc Gravataí, que terá como tema “Vozes Literárias: Um diálogo entre os gêneros”. No dia 8 de abril (segunda-feira), às 19h, ela apresenta o livro durante o evento, e no dia 10 (quarta-feira), às 18h, participa de um bate-papo com os autores Bernardo Brum e Izabel Moreira. Toda a programação ocorrerá na unidade do Sesc, na Rua Anápio Gomes, 1241.

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No dia 13 de abril (sábado), Ângela realiza duas atividades de contação de história na capital: das 10h às 12h, com o Projeto Cultural Nossa Identidade, no Instituto Sociocultural Afro-sul Odomodê (Av Ipiranga, 3850) e, a partir das 16h, na Livraria Cirkula (Av Osvaldo Aranha, 522). Essa programação é aberta ao público e terá entrada franca.

Sobre os Lanceiros Negros

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Em 14 de novembro de 1844, no Rio Grande do Sul, aconteceu o Massacre de Porongos. Quase 10 anos antes começara a Guerra dos Farrapos, em 1835. Estancieiros gaúchos pediam independência econômica e redução de impostos ao governo imperial. Os negros escravizados ingressaram no exército dos Farrapos em 1836, através da criação do 1º Corpo de Cavalaria de Lanceiros Negros, lutando a pé e a cavalo. Foi feita a eles uma promessa de liberdade, e essa era a única motivação do grupo.

No entanto, já em épocas de tratativas de paz com o Império, alguns líderes farroupilhas entregaram aos imperiais o batalhão dos lanceiros desarmados em uma emboscada. Quase todos os combatentes negros foram massacrados. A monarquia escravagista não desejava a libertação daqueles homens e esta foi a solução encontrada. Morreram mais de cem homens negros, e os que sobreviveram voltaram à escravidão.

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Em 2024, mais de 180 anos depois, no dia 8 de janeiro, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Lei 14.795, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que insere o nome dos Lanceiros Negros no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Para a escritora, esta foi uma vitória coletiva do movimento negro, que continua lutando pelo protagonismo de seu povo na construção de nosso país. “É uma reparação ainda que tardia. Fico satisfeita em saber que A Lanceirinha poderá ajudar no resgate do protagonismo negro junto as nossas crianças”, aponta Ângela.

Ilustrações: Alisson Affonso

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Foto: Divulgação

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