- Geral
- 11 de agosto de 2021
Artigo | Setembro Amarelo, de janeiro a janeiro
Estamos nos aproximando do mês mais amarelo do ano, o mês de setembro. E isto remete-nos a uma data que, devido ao excesso de palavras de acolhimento, empatia e respeito, nos inquietou. Entretanto, ao iniciarmos o mês de outubro é como se magicamente um portal se abrisse, e tudo quanto foi dito durante os trinta dias anteriores desaparecessem.
Mundialmente, o número é em média 800 mil mortes em decorrência de suicídio, uma vida a cada 40 segundos, consoante aos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Além disto, de acordo com os dados da Organização Pan-Americana da Saúde, o suicídio é a segunda principal causa de morte na faixa etária entre 15 e 29 anos; sendo que 79% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda e, atualmente, em comparação ao líder internacional dos estudos (Estados Unidos da América), o Brasil está em segundo lugar.
Considerando a OMS, no Brasil, por volta de 12 mil pessoas tiram a sua própria vida ao ano, sendo uma a cada 46 minutos. De fato, uma realidade devastadora, um grave problema de saúde pública. E, apesar de sermos impactados pelos altos números registrados, por vezes, especificados em gráficos, é de extrema importância e necessidade lembrarmos que por trás de cada número há familiares e amigos que perderam um ente amado, famílias devastadas por tamanho sofrimento.
Portanto, falar sobre saúde mental não deve ser tratado como algo banal, sem sentido, e até mesmo de propriedade elitista. Suicídio não tem cor, nem classe, ao menos gênero e orientação sexual. Ainda não há dados concretos da forma em que o aumento da depressão, da violência doméstica, do abuso de substâncias entre outros, na pandemia, afetará as taxas de suicídio, infelizmente, e pensando nisto que criei a série “De Janeiro a Janeiro” no meu IGTV, com vozes de pessoas compartilhando seus sentimentos e vidas reais, expondo as alternativas que encontraram e as ajudaram a não cometer suicídio. A série objetiva mostrar de forma prática e concisa que os “números” vistos nas mídias sociais, com maior ênfase no mês de setembro, são pessoas e, que cada uma tem sua história, seu contexto, suas questões e, nem sempre encontram uma rede de apoio.
Logo, sim, conversaremos sobre, apoiaremos uns aos outros e nos colocamos profissionalmente a disposição, com a devida seriedade e responsabilidade que o assunto demanda. Se você que está lendo este texto necessita de ajuda e/ou conhece alguém que precise não hesite em nos contatar.
Psicóloga Jenyfer Freitas
CRP: 07/34700