Vinicius do Amaral | Os 45 anos do Museu Agostinho Martha

Vinicius do Amaral | Os 45 anos do Museu Agostinho Martha
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Agosto de 1977. Foto: Reprodução/Divulgação

Será que um dia Antonio Pinto de Lemos e Felicidade Rosa de Lemos que em 1826 construíram um sobrado localizado na Rua Nossa Senhora dos Anjos sobre o alto do morro (hoje centro de Gravataí), poderiam imaginar o que seria um museu?

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Ou melhor, que sua casa um dia se tornaria o Museu Municipal Agostinho Martha?

Em seu local estrategio, com vista para o Rio Gravataí e para o moinho que por ali recebia a passagem da água e permitia moer os grãos, irrigar às plantações e drenar as terras alagadas (localizado na antiga sinteko).

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Quem no casarão entrar e subir ao segundo andar e olhar da janela para o horizonte poderá então fechar os olhos e se imaginar em 1830. Observando apenas uma luz de lampião acesa lá muito distante, onde poucas décadas antes chegou a ser capital do estado, a cidade de Viamão.

O fato é que de lá pra cá muita coisa mudou, o que um dia chegou a ser sede de uma atafona (fabricação e venda de mandioca), hoje mostra sua história em suas paredes internas de pau-a-pique e suas janelas inversas, que permitem espiar de dentro para fora com maior facilidade.

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Deveria fazer sol naquele 30 de julho de 1974, quando o atual prefeito Dorival Cândido luz de Oliveira aprovou o projeto que criava o novo Museu Municipal de Gravataí. Foi dado como missão para Jorge Rosa procurar o acervo, mas como amigos são para estas coisas, junto com ele Antônio Soares da Fonseca e Agostinho Martha (que já escrevia colunas históricas para o antigo jornal gravataiense), foram em busca dos bens particulares para se tornarem bens históricos da cidade.

A primeira sede do museu municipal foi na rua Dr Luiz Bastos do Prado. Posteriormente quando prefeito Ely Corrêa, o então Vereador Danilo Pellizzoni, teve a ideia de transformar o casarão da rua Nossa Senhora dos Anjos em museu e teve seu projeto aprovado pela Câmara de Vereadores em 15 de julho de 1981, chegando o museu ao casarão apenas no dia 06 de setembro de 1985.

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Uma vasta e rica documentação se formou, diversos objetos de cunho histórico foram doados pelos moradores, chegou a ser construído uma réplica idêntica de um engenho em frente ao sobrado.

Triste foi aquele dia de domingo, em setembro de 1997, quando um cinza escuro de fumaça se encontrou com o cinza claro do céu, tendo como ponto de partida o casarão do museu municipal e levando todo o esforço de quem por ali já estivera. Ecoava pelo centro a sirene do caminhão de bombeiros e não houve quem não saiu de casa para ao menos ver o que acontecia e acabou se sensibilizando e ajudando. Uma nova fase haveria de começar.

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Com o casarão às ruínas o jeito foi transferir o acervo para o Cine Teatro e assim ficou por um longo tempo parado, o que não coube ali teve de ser levado para o parque de eventos.

O museu voltou a funcionar inicialmente na casa da dona Vilma ao lado da prefeitura em frente à praça da bíblia, logo após foi para uma residência na rua Coronel Sarmento 1222, ficando algum tempo na garagem desta casa e acabou indo para ao lado do Cine Teatro onde hoje se tornou um terreno baldio e serve como estacionamento público.

Mas basta uma velha casa em ruínas e uma saudade para que a imaginação possa tomar conta e a criatividade sair como um suspiro de uma alma poetisa, “Suzana Cristh Maieski” e “Isabel Cristina Soares” que foram responsáveis pelas duas poesias criadas em cima da tristeza e da saudade do museu, viram de suas expressões de sentimento vir a se transformar em uma esquete teatral, “Os Fantasmas do Museu”, dirigido por “Daniel Assunção” e que teve ótima repercussão na cidade, foi uma obra escrita por estas duas antigas funcionárias do museu.

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Foto: Gravataí Cultural/Divulgação

Enfim em 30 de julho de 2009 o casarão estava pronto para ser sede do museu novamente, após 12 anos de luta, abriram-se às portas na rua Nossa Senhora dos Anjos, 541. Na época o diretor do museu era Getúlio Xavier Osório e era quem organizava os eventos, tendo como parceiras às colegas de trabalho Isabel Cristina Soares e a atual historiadora do museu Maria Inês Guillox Leal, junto com a ajuda dos estagiários.

Hoje o Museu conta com o projeto Circuito Cultural que oportuniza às escolas de Gravataí e região à trazer suas turmas para conhecer o Museu, logo após é percorrido o caminho até a Igreja Matriz, seguindo até o busto do Dom Feliciano, segue se então para a prefeitura, e sempre que se tem oportunidade os alunos aproveitam para conhecer o Prefeito Marco Alba que sempre trata muito bem às escolas, convidando para uma rápida conversa em seu gabinete.

Para terminar o passeio histórico chega se então a Casa dos Açores onde se faz um lanche nos velhos gramados, onde se amarravam os cavalos aos troncos das árvores. Hoje às crianças podem aproveitam para fazer um lanche por cima de panos sobre a grama e a partir  daí a equipe açoriana se encarrega de contar sua história.

Para todos os amantes da história o Museu abre suas portas às 9h da manhã e fecha às mesmas às 17h. De segunda à sexta feira, com entrada franca.

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