Presença de mamíferos da espécie Furão chama à atenção em Cachoeirinha e Gravataí

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Nos anos 2000 e 2022 houve registros de passagem de mamíferos carnívoros da espécie Furão, em Cachoeirinha. Contudo, em 2024, o frequente aparecimento desses animais em vários pontos da cidade sinaliza a presença na região e mudança de habitat. É o que revela Leonardo da Costa, um dos voluntários do Coletivo Mato do Júlio. “Eles são seguidamente vistos em Gravataí, mas em Cachoeirinha é mais difícil. Os registros anteriores foram só de rastro. Acredito que o motivo de aparecerem tanto este ano são os alagamentos, que mudaram a área de vida deles”, comenta.

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Conforme o ambientalista, o primeiro registro de aparecimento da espécie foi no Distrito Industrial, onde furões foram vistos embaixo de uma prensa de caminhão. Os animais também foram avistados na Cohab, Vale do Sol, Avenida Papa João XXIII, Freeway e Vale Ville, em Gravataí. “Uma pessoa nos chamou para dizer que também viu no Irga (Instituto Riograndense do Arroz). Sem dúvida, são vários e estão andando na rede de esgoto da cidade”, destaca Leonardo.

O voluntário relata que o grupo tentou resgatar alguns animais, porém não conseguiu porque os bichinhos costumam entrar nas tubulações. Além de receber fotos e vídeos referentes ao aparecimento da espécie na região, o Coletivo Mato do Júlio também verifica um problema: o atropelamento dos animais em circulação nas rodovias.

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A orientação para a população que avistar algum Furão ou outros animais silvestres em Cachoeirinha é comunicar o Coletivo através do Instagram @matodojulio. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente atende pelo telefone (51) 3441-4312. Em Gravataí, pode ser acionada a Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-estar Animal ou a Guarda Ambiental, pelos telefones (51) 3191-5161 e 153, respectivamente. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA-RS) pode ser contatada pelo (51) 98593-1288 e o Ibama pelo (51) 3214-3401.

O Furão

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A acadêmica de Zootecnia Natana Peres, também voluntária do Coletivo Mato do Júlio, conta que várias pessoas enviaram ao grupo registros (fotos e vídeos) da espécie em Cachoeirinha. Ela aponta, inclusive, que o Furão é um animal ágil, capaz de nadar, e, por isso, torna-se um desafio registrá-lo por meio de fotos.

“É um animal com ocorrência em todo o Rio Grande do Sul, habita os biomas Mata Atlântica e Pampa, podendo viver em florestas, ilhas de vegetação, campos, plantações e, especialmente, locais próximos à corpos d’água. Esses animais podem se alimentar de pequenos mamíferos, aves, ovos, répteis, anfíbios, peixes, insetos e frutos”, explica.

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Sobre o crescente número de animais vistos pela cidade, a estudante faz referência a estudos que indicam o avanço do desmatamento como uma das prováveis causas. “Eles se obrigam a se aproximar do meio urbano, em busca de abrigo e alimento, principalmente roedores, e essa aproximação afeta diretamente os animais, pois correm risco de atropelamentos, caça, ataques de cães domésticos e até mesmo tráfico ilegal, sendo prejudicial à conservação da espécie”, afirma.

A voluntária do Coletivo Mato do Júlio também ressalta que o Furão cumpre um serviço ambiental importante: contribui para diminuição de vetores de doenças ao se alimentar de roedores, que podem ser portadores da bactéria que causa a Leptospirose. “E com isso, percebemos o quanto é importante a preservação das ilhas verdes que ainda restam nas grandes cidades, pois essas áreas se tornam o refúgio de furões e outras espécies da fauna silvestre”, argumenta Natana.

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*Imagens: Reprodução

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