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- 25 de março de 2022
O que a polícia sabe e o que falta esclarecer no sumiço de casal em Cachoeirinha
A Polícia Civil se esforça para elucidar um dos casos mais rumorosos das últimas décadas em Cachoeirinha. O desaparecimento do casal Rubens Heger, de 85 anos e Marlene Heger Stafft, de 53, do bairro Carlos Wilkens, completa um mês no dia 02 de abril. O principal ponto a ser esclarecido é se o casal foi vítima de um crime, já que o desaparecimento voluntário não configura um.
A primeira suspeita relacionada a um delito seria o sequestro, já que mesmo não sendo afortunados, o casal mantinha algumas reservas de dinheiro, e recentemente guardava em casa valores referente a venda do caminhão de Rubens, que se aposentara das estradas. A quantia era R$ 70 mil reais, e foi encontrada, mas por investigadores, após o sumiço dos dois.
A possibilidade de sequestro foi descartada 72 horas depois, já que ninguém entrou em contato com a família ou com a polícia pedindo algum tipo resgate. De vida pacata, o casal também não tinha inimigos, o que diminui a possibilidade de terem sido raptados de dentro da casa da filha de Rubens, moradora de Canoas e que levou o pai e a madrasta para passarem o feriado de Carnaval em sua casa.
Casal sumiu em Canoas, na casa da filha de Rubens
É ela que aparece em imagens de câmeras de segurança chegando na casa do casal, ainda no dia 27 de fevereiro. Nas imagens obtidas pela polícia é possível ver Marlene indo abrir o portão da residência. Ao longo da tarde o veículo da filha de Rubens faz uma manobra no pátio e fica de ré para a garagem. Durante o período um colchão é colocado na entrada, impedindo a visualização. Embora não represente algo, a cena chamou a atenção dos investigadores, já que inibe uma última possível imagem do casal na casa.
Em depoimento a filha disse aos investigadores que ajudava o pai com a retirada de algumas quinquilharias da garagem da casa. Após isso organizou algumas coisas e os levou para sua casa, na cidade vizinha. Ainda pelas imagens do veículo saindo de dentro do pátio do casal não é possível perceber se havia mais alguém no carro além da depoente e do filho, um rapaz de 28 anos.
Perguntada sobre a dinâmica do desaparecimento, ela informou que na terça-feira, dia 1º passou mal e procurou atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canoas, e que ao retornar para sua casa, no bairro Niterói, o casal não estava mais lá. Ela suspeitava então que eles pudessem ter ido visitar um amigo de seu pai, residente em Guaíba, o que ainda não foi confirmado.
Último contato e o silêncio no depoimento
O filho dela prestou depoimento na última semana, mas conforme a polícia, se manteve em silêncio, na presença de um advogado. Pelo período passado e pela saúde debilitada de Como Rubens tem a saúde debilitada, sofrendo de enfisema pulmonar, necessitando de aparelho de oxigênio, que ficou em casa, junto com remédios, e pelo período passado desde o desaparecimento, a família acredita que ele já não esteja vivo. No entanto, com a linha de sequestro descartada, vivem dias de angústia sem entender o que possa ter acontecido.
Para a polícia cresce a hipótese do casal ter sido morto. Porém, pistas sobre o possível paradeiro dos corpos são inexistentes, tornando o caso ainda mais truncado. Mesmo com indicativos, a dificuldade da polícia é angariar provas técnicas que confirmem as responsabilidade para um possível crime que o casal possa ter sofrido.
Cachorro morto aumenta o mistério
O primeiro detalhe que chamou a atenção do filho do casal, que encontrou a casa revirada, com o veículo de Rubens aberto, com o rádio ligado na garagem, foi o fato do cachorro do casal ter sido encontrado morto no pátio. A informação foi confirmada pela Polícia, mas não se tem informações se a perícia coletou amostras para análises, afim de identificar se o cão havia sido vítima de envenenamento.
O cachorro estava próximo de um buraco, provavelmente aberto para enterrá-lo. Outro relato que levanta hipóteses sobre alguma algo que possa ter ocorrido na casa deles são os objetos em locais de rotina. Louças na pia e até mesmo alimentos abertos davam a impressão de que haviam saído às pressas da residência, ou retirado às pressas.
Colabore
Na última semana, a reportagem do Giro de Gravataí falou com o delegado Anderson Spier, responsável pelo caso, que apenas confirmou que as investigações seguem. A polícia realiza agora diligências em campo, entre Cachoeirinha e Canoas. Quem tiver informações sobre o caso, que possam auxiliar a polícia, deve entrar em contato pelo telefone da 1ª DP de Cachoeirinha (51) 3470-1122 ou por meio do Disque Denúncia da Polícia Civil, no 181