- Cachoeirinha
- 16 de janeiro de 2023
Quase um ano depois, corpos de casal desaparecido ainda não foram localizados
Considerado um dos principais mistérios das últimas décadas no RS, o desaparecimento do casal Rubem Heger, de 85 anos, e sua companheira, Marlene Heger Stafft, de 53, completa no fim de janeiro um ano e segue cercado de dúvidas, principalmente sobre os corpos dos dois.
Para a Polícia Civil e o Ministério Público (MP), Rubem e Marlene foram mortos dentro de casa, pela filha do idoso, Cláudia de Almeida Heger, de 51 anos, com a ajuda de seu filho, Andrew Ribas Heger, de 28. Os dois foram os últimos a estarem com o casal, no dia 31, quando deixaram a casa deles, no bairro Carlos Wilkens. Os dois passariam o feriado de carnaval na casa de Cláudia, em Canoas.
Câmeras de segurança de uma residência registraram a movimentação no imóvel, desde a chegada do carro de Claudia até sua saída. Para o delegado Anderson Spier, que conduziu a investigação, os dois foram mortos de forma premeditada e saíram da residência já no porta-malas do veículo.
No dia 06 de maio a justiça aceitou a prisão preventiva de Cláudia e de seu filho. Na época um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) teria encontrado vestígios de sangue na parede da casa que o casal vivia. Ainda segundo o delegado, a mancha estava em uma posição condizente com respingos provenientes de uma agressão na região da cabeça. De acordo com o laudo, o sangue era de Rubem, porém não foi possível precisar o período.
Ainda em março foram coletados 23 vestígios na residência do casal, um deles era uma camiseta infantil com manchas de sangue. Segundo a polícia, a amostra também foi positiva para sangue compatível com o de Rubem, reforçando a tese policial da morte dentro da casa.
Vestígios dos corpos
Em maio, durante buscas ao casal um cão farejador encontrou um vestígio das vítimas. Segundo o Corpo de Bombeiros, o cachorro indicou que sentiu um odor emitido por corpos em decomposição, na segunda-feira (16), dentro de um veículo que pertence a filha e ao neto de Rubem.
Pelo tempo que se passou desde o desaparecimento, as equipes já acreditam que o casal estivesse morto. Para tentar localizar os corpos, equipes vasculharam, na segunda, locais onde as vítimas possam ter sido enterradas. A procura ocorreu em zonas de mata de Canoas e Parobé e na casa da filha de Rubem, mas os cadáveres não foram encontrados.
Em junho Cláudia, que havia recebido a condição de prisão domiciliar, teve o direito revogado pela Justiça, voltando a ser presa no dia 09 daquele mês. Isso porque, após sair da cadeia, a ré concedeu entrevista em uma emissora de rádio de Canoas. No entendimento da acusação, isso descumpre as determinações da prisão domiciliar, de que ela deveria permanecer em casa.
O filho dela, Andrew, permaneceu internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em razão de um laudo de esquizofrenia. Ambos aguardam julgamento pelo crime de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Para o MP, o crime teve motivação financeira e também de vingança, já que o pai teria deixado de ajudar a filha após ela se envolver em um caso de falso sequestro.