- Esporte
- 1 de junho de 2020
Juliano Piasentin | Quem não se posiciona contra fortalece o racismo; no esporte também
Casos como os de João Pedro, menino assassinado em uma operação da Polícia Civil, e George Floyd, preso e assassinado por policiais em Minneapolis, Estados Unidos, ocorrem todos os dias. E basta! A violência racial tem que parar com urgência e para isso precisamos cada vez mais de união e empatia, a ativista Angela Davis diz: ”não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”.
Nessa linha, Grêmio e Inter fizeram o que minimamente deveriam fazer: se posicionar. O mínimo se deve pelo fato de se tratar de dois clubes de massa, gigantes e com muito apelo popular, ainda mais com a atual conjuntura, não podemos mais nos omitir. Também destaco o posicionamento de jogadores como o francês Marcus Thuram, filho do lendário Lilian Thuram e Jordan Sancho, nesse sentido sinto falta da opinião de Neymar, o astro brasileiro segue calado quando falamos de questões importantes.
No entanto, o astro brazuca não é o único que se esquiva de assuntos relevantes no mundo do esporte. Michael Jordan, talvez o maior atleta de todos os tempos, nunca teve uma posição sobre o racismo. Outra estrela que sempre ficou em cima do muro foi Pelé, o Rei do Futebol sempre se absteve, parecendo viver em um mundo paralelo, em uma bolha social.
Por falar em bolha, o futebol muitas vezes é uma, muito dinheiro e privilégios, porém quando se trata de racismo, inclusive essa bolha é furada. Os casos cada vez aumentam e envergonham o mundo, campanhas são feitas há anos sem resultado. A conscientização precisa vir desde o berço, campanhas têm sim sua importância, mas essa é apenas uma coisa a ser feita, a tecla precisa ser batida mais e mais para não repetir os erros já cometidos.
É preciso bater na tecla da violência policial, dos cantos racistas nos estádios e de nossas atitudes condenáveis. Caros leitores isso não é um tema superado e nosso caminho é longo.
O engajamento não pode ser apenas cobrado neste momento, mas estamos vivendo em um caos social. Se não bastasse, ainda há uma pandemia nas ruas, o que deixa tudo mais complicado e agora, agora o que precisamos fazer é nos unirmos com nossos irmãos e irmãs nessa luta tão triste e desleal.
Vamos lembrar de Lupicínio Rodrigues e também de João, de Escurinho mas não esquecer da Isabel que sempre está gritando na arquibancada. Essa luta é de todos, vidas negras importam e eu como uma pessoa branca e sim privilegiada, tenho que fazer tudo que está ao meu alcance para ajudar, na linha de frente e usando o poder das palavras e da opinião, não vou me calar e vamos todos lutar.