- Esporte
- 13 de julho de 2020
Juliano Piasentin | O Brasil não está pronto para o retorno do futebol; Dois gremistas são diagnosticados com coronavírus no retorno dos coletivos
No primeiro dia de treinamentos coletivos, dois atletas gremistas foram isolados. Ambos assintomáticos com confirmação de coronavírus, pelo lado colorado quatro atletas também já tiveram a doença confirmada. Mais uma razão para não iniciarmos as competições, o perigo ainda é grande demais.
Na mesma semana em que os clubes de Porto Alegre obtiveram autorização para trabalhos coletivos, a vizinha Santa Catarina tem incertezas sobre seu estadual. Final no Rio de Janeiro teve jogador do Fluminense afastado de última hora por teste positivo do novo coronavírus.
Na última quarta-feira o Catarinense teve sua volta comemorada pelos amantes do futebol no nosso estado vizinho, a Chapecoense venceu o Avaí por 2×0 com direito a torcida virtual na Arena Condá. Após o jogo, surpreendam-se, 14 jogadores do Verdão do Oeste foram confirmados com coronavírus, um deles em estado grave no hospital. O atacante Roberto está internado em Chapecó e classificou o vírus como o maior desafio de sua vida.
No Rio de Janeiro o atacante Wellington Silva do Fluminense foi diagnosticado com covid-19 poucas horas antes de entrar em campo diante do Flamengo. E os seus colegas que estavam treinando com ele durante a semana? Não haveria risco de novas contaminações no FlaFlu? Mais uma vez a imprudência falou mais alto e a partida ocorreu normalmente.
Estes fatos apenas mostram que ainda não estamos em condições sanitárias para o retorno do futebol, por mais que tenhamos rígidos protocolos de segurança, não existe garantia para a saúde dos envolvidos. Não são apenas os jogadores, dirigentes e arbitragem também correm um grande risco, em Santa Catarina três árbitros foram contaminados após a rodada da última semana.
Entendo que necessitamos de planejamento e datas na mesa, no entanto como nosso país ainda está no ápice da pandemia, deveríamos resguardar os profissionais. Pensando em Libertadores, a solução mais segura seria o confinamento e disputa do restante da competição em uma sede única. Uruguai, Paraguai talvez, onde não haja um grande risco de contágio.
O Brasil por suas extensões continentais ainda precisa ter um pouco mais de paciência para que logo possamos voltar a ter nosso esporte favorito de volta. Com emoção e principalmente saúde e segurança. Os clubes e autoridades precisam pensar nisso antes de forçar qualquer tipo de competição em um calendário que já deveria estar em sua reta final.