Há mais de 25 anos, Projeto Presença Solidária transforma a vida de famílias da Vila Nara em Gravataí

Há mais de 25 anos, Projeto Presença Solidária transforma a vida de famílias da Vila Nara em Gravataí
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O voluntariado é mais do que uma demonstração de empatia, uma forma de retribuir bênçãos recebidas, uma oportunidade de estender a mão, ensinar e aprender com o outro. O voluntariado também é doação de tempo e amor, uma maneira de transformar vidas. É isso que a direção, professores, funcionários e alunos do Colégio Dom Feliciano fazem através do Projeto Presença Solidária, que integra o programa de Educação Popular da instituição. Desenvolvida na Vila Nara, em Gravataí, a iniciativa conta um espaço na Rua São José para atividades com a comunidade. Algumas programações levam os moradores atendidos até à escola, no Centro.

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Na festa de encerramento, crianças puderam escolher brinquedos, que foram doados para o projeto. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

A coordenadora do projeto, Iara Mota, recorda que o trabalho social na Vila Nara iniciou há mais de 25 anos, com ações uma vez por semana em um campo. Não havia ainda a estrutura para concentração dos voluntários e realização dos eventos, como hoje em dia. “Os professores iam até as casas, chamavam as crianças, que vinham jogar bola, participavam de piqueniques”, lembra a educadora, acrescentando que além de lazer e auxílio com necessidades básicas, a equipe docente ajudava a garotada com reforço escolar.

Luiz Miguel e Natan estão entre os meninos que participam das ações promovidas pela escola na Vila Nara. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

Com o tempo, a iniciativa da escola foi ampliada, possibilitando que mais munícipes residentes na região do bairro Santa Cruz pudessem participar. Passaram a ser promovidas oficinas com os adultos, principalmente com a finalidade de contribuir para a geração de renda das famílias. “O nosso objetivo não é apenas prestar assistência, mas trazer algo que motive as crianças e familiares a terem sonhos”, destacou Iara à reportagem do Giro de Gravataí enquanto mostrava pinturas numa das paredes da sede do Projeto Presença Solidária. Os desenhos retratavam sonhos de vários meninos e meninas. Entre tantos, um tem uma história que emociona a professora.

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“Para um dos meninos, o sonho era comer um lanche do McDonald’s, algo tão simples, mas que ele não tinha condições. Em outra ocasião, trouxemos o lanche. Quando ele viu, ficou sem reação. Perguntou se era para ele mesmo. Pegou e foi correndo para casa. Outro dia, chegou pra mim e explicou que havia ficado tão feliz que foi correndo para a casa dividir o lanche com a avó dele”, relata a coordenadora com alegria frente ao gesto do garoto. Incentivar atitudes generosas, de afeto e respeito ao próximo também são propósitos do projeto desenvolvido pelo Dom Feliciano, que inclui nas programações momentos para reflexão, orações e conexão com a espiritualidade.

Educadoras que conduziram voluntariamente as atividades na sede do Presença Solidária, no evento de fim de ano. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

Segundo Iara, a sede na Vila Nara tem cerca de 12 anos e foi construída com recursos da Festa Junina da instituição de ensino. Todos os anos, a verba do tradicional arraial é destinada à manutenção e trabalhos desenvolvidos na casa. A estrutura dispõe de salas para atividades educativas e jogos, biblioteca, brinquedoteca, cozinha e banheiros. Além de receber eventos da Pastoral Escolar, o espaço abre às portas para a comunidade participar de ações propostas por alunos, através do Projeto de Vida, que integra a grade curricular do novo Ensino Médio. Neste caso, os estudantes realizam trabalhos com o objetivo de cooperar com o desenvolvimento local. “Os alunos já fizeram com eles horta, oficina de produção de sabão e várias atividades. Recentemente, a Enfermagem passou orientações sobre a esporotricose, uma doença transmitida por gatos, o que acabou auxiliando na identificação de dois casos”, comenta.

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Atualmente, o Presença Solidária possui uma atividade fixa – oficina de artesanato toda terça-feira, das 14h às 16h30 – e eventos em alguns sábados, conforme cronograma dos voluntários. Para 2024, a intenção é retomar as aulas de reforço e continuar promovendo ações para formação das crianças e familiares.

Grupo de artesãs que expuseram na feira do Dom Feliciano, semana passada. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

Oportunidade para artesãs

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Semanalmente, um grupo de mulheres se reúne no espaço da escola na comunidade para uma oficina de artesanato. Elas confeccionam peças que são expostas em uma feira no Colégio Dom Feliciano duas vezes ao ano, sendo que cada edição dura três dias. O valor arrecadado com as vendas é dividido entre o grupo para compra de matéria-prima para a exposição seguinte e um percentual fica para cada artesã. A última feira de 2023 ocorreu no final de novembro, com grande parte dos produtos de temática natalina.

O Giro de Gravataí visitou a mostra de artesanato e conversou com algumas das participantes, que relataram como o Projeto Presença Solidária é positivo, tanto por oportunizar a visibilidade do trabalho e vendas, como pela troca de conhecimentos entre elas, que compartilham umas com as outras técnicas novas e ideias para a produção.

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Chaveiros de miçangas fazem sucesso entre as crianças que visitam a mostra de artesanato. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial
Feira das Artesãs acontece duas vezes ao ano, com três dias de duração em cada edição. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

Entre as artesãs, várias fazem parte do programa há mais de dez anos, caso de Viviane Pereira, que cria peças com miçangas, tais como chaveiros em formato de personagens infantis e canetas, que fazem sucesso entre os estudantes. Bordados estão entre as preferências de Adelina Oliveira Moreira, que gosta de confeccionar toalhas e panos de prato. Já Sônia Fraga tem como especialidades as tiaras e laços de cabelo, enquanto Elena Toledo é muito habilidosa com técnicas como fuxico. Esta edição da feira também reuniu trabalhos das artesãs Vera Lúcia dos Santos e Eduarda Santos Ajala.

Confraternização de fim de ano

O Colégio Dom Feliciano promoveu, no dia 25 de novembro, a festa de encerramento do ano do Projeto Presença Solidária. Brinquedos infláveis, pinturas no rosto, refeições e momento para reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal fizeram parte da programação na Vila Nara. Cerca de 30 crianças estiveram no evento, que encerrou com a entrega de presentes. Além de escolherem dois brinquedos, oriundos de doações, cada criança ganhou kits com guloseimas, livros e outros mimos. A coordenadora da iniciativa, Iara Mota, a diretora da escola, Irmã Jane Segaspini, e outras dez professoras se mobilizaram para recepcionar as crianças na ocasião.

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Na festa, professoras fizeram pinturas no rosto das crianças. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial

A auxiliar administrativo Catrine Eunice Nunes levou a filha, Lorena Sophia, de quatro anos, na confraternização e, enquanto observava as professoras conduzirem as atividades, relembrava a própria infância. Ela participou do projeto ao lado dos irmãos. A moradora relembra passagens muito especiais da época, como as apresentações de teatro, que a ajudaram a vencer a timidez e se comunicar com mais desenvoltura, e a formação de amizades. Para Catrine, o trabalho desenvolvido voluntariamente pelas educadoras é belíssimo e importante, uma vez que ocupa as famílias em atividades saudáveis, estimula o desenvolvimento pessoal e a convivência em harmonia.

Catrine, que participou do projeto na infância, levou a filha e sobrinhos para conhecer o trabalho da escola na Vila Nara. Foto: Priscila Milán/Giro de Gravataí/Especial
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