Giro Colorado | Posse de bola não significa domínio de jogo

Giro Colorado | Posse de bola não significa domínio de jogo
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Inter ficou muito tempo com a bola sendo tocada entre Lomba e os zagueiros. Foto: Ricardo Duarte/Inter

Imagine que dois times grandes se enfrentam em uma partida decisiva. Ao final do jogo, olhando as estatísticas, você percebe que os donos da casa tiveram 71% de posse de bola. Mais que isso, seus jogadores trocaram 624 passes contra apenas 257 do rival. Quem você acha que venceu o jogo? Os dados indicariam que foi o clube mandante, não é? Pois bem, estes números são da melhor partida do Inter no ano passado, quando vencemos o São Paulo por 5×1 no Morumbi.

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Tá, mas por que trago isto agora? Porque vejo alguns, o próprio Rodrigo Dourado entre eles, superestimando o desempenho colorado na derrota para nosso rival, no último fim de semana. Em sua entrevista, que chamou a atenção pelas críticas nas finalizações, o capitão (justo e merecido) dá a entender que fomos melhores, não fomos.

Tivemos maior posse de bola, mas chegamos com perigo apenas duas vezes. Demos espaço, e eles tiveram algumas chances a mais. Nossos centroavantes não tocaram na bola. Patrick, um dos destaques colorados nas últimas temporadas, passou o jogo inteiro preso em um canto do campo, de costas para o gol e produziu quase nada. Edenílson também jogou pouco. Ficamos, irritantemente, trocando bola entre zagueiros e o Lomba.

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É importante entender o papel do adversário neste contexto. Nas partidas anteriores, enfrentamos times mais fracos. No Humaitá, encontramos um rival de qualidade maior, que recuou suas linhas, fechou o espaço e explorou o contra-ataque. Com isso, enfrentamos o mesmo problema que enfrentávamos na época do Coudet: não conseguimos romper defesas.

De nada adianta nos adonarmos da bola se não tivermos qualidade para quebrar as linhas, seja com dribles ou passes em profundidade. Hoje, me parece que não temos jogadores com estas características. Não estou dizendo que não temos qualidade, acho que tirando Flamengo, Palmeira e, talvez, o Atlético Mineiro, não existem times muito mais qualificados que o nosso no Brasil. A questão que trago aqui é de característica.

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Vejamos: Patrick, que eu trouxe a pouco, é o único jogador do Inter que chama o adversário para o drible, mas quando vem de frente com a bola, ou quando já perto da área, recebe em condições de proteger. Edenílson é um jogador de movimentação, de passe curto, que aparece de surpresa na área. Fico nestes dois, que foram nossos principais jogadores na última temporada. Mas se olharmos nosso plantel, não encontraremos jogadores que cumpram a função que D’Alessandro cumpriu muito tempo, de deixar os companheiros pifados. Também não veremos dribladores, como era o Taison.

Acredito que Miguel Ángel Ramírez precisa e merece tempo para desenvolver o seu trabalho, ainda é muito cedo. Mas o treinador precisar analisar se as características do elenco colorado se encaixam neste sistema que ele está tentando implantar. Talvez, este tenha sido o grande mérito do Abel, que sempre foi um ofensivista, mas, ano passado, optou por um time reativo.

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