- Especial
- 18 de novembro de 2021
Empresária é presa suspeita de mandar matar advogada em Gravataí
Um enredo de filme. Assim resumiu um policial envolvido na ação da manhã de hoje (18) que prendeu uma empresária de 40 anos, apontada pela polícia como a mandante da tentativa de homicídio sofrida por uma advogada, em Gravataí. O crime ocorreu em dezembro de 2018, na casa que a vítima vivia, na região da Morungava – zona rural do município.
O caso ficou insolúvel por quase três anos até que a única pista que os investigadores da Delegacia de Homicídios de Gravataí tinham começasse a revelar a trama. Parte do mistério que envolveu o ataque a advogada, que hoje ainda carrega marcas da fatídica tarde do dia 17, começou a ser desenrolado a partir do depoimento de um rapaz, hoje com 18 anos, que confessou ter sido contratado para o crime.
Ele foi localizado após um trabalho de saturação e troca de informações nas cidades de Igrejinha, Sapiranga e Nova Hartz. No depoimento ele deu detalhes do acordo e alegou que o valor de R$ 4 mil teria sido prometido caso concluísse o serviço, alegando também ter sido chantageado a aceitar o pedido para que uma dívida com traficantes da cidade fosse quitada.
Ainda em seu depoimento, ele confessou que invadiu a casa com o intuito de executá-la e passou a desferir os golpes contra ela, que tentou se defender, ficando ferida nos braços, tórax e cabeça, sofrendo a amputação de três dedos – dois deles reimplantados. Além disso ela também sofreu uma fratura craniana e a dilaceração do ombro direito, diminuindo o movimento do braço. Assustado, ele deixou o local sem saber se havia conseguido concluir o serviço.
Prisão do articulador
A partir do depoimento do rapaz, a polícia fez novos pedidos de prisões, aceitos pela Justiça. No último dia 11, um empresário de 56 anos, morador da cidade de Capela de Santana foi preso preventivamente apontado como o articulador do crime. Conforme apurou a reportagem do Giro de Gravataí, ele foi citado no depoimento do rapaz, e segundo a investigação, mantinha uma relação de negócios com a empresária.
Ele teria se responsabilizado por recrutar o rapaz e trazê-lo até Gravatai. Conforme o próprio suspeito, foi o empresário quem o levou para as proximidades da casa da advogada, minutos antes do crime. O empresário, em seu depoimento, confirmou parcialmente as informações já apuradas pela investigação e revelou que contratou o rapaz a pedido da empresária, presa preventivamente nesta manhã.
Ela estava em casa, às margens da ERS-020, quando os policiais chegaram ao local e deram voz de prisão. Uma arma registrada foi encontrada no local – que também é um comércio da família. Acompanhada de um advogado, ela prestou depoimento na delegacia. A polícia deve concluir o inquérito nos próximos dias. Ainda durante a investigação os policiais concluíram que o ataque não envolveu questões profissionais da advogada, que atua na área criminal.
As circunstâncias para o suposto crime ainda são apuradas. O nome da empresária não foi revelado.