- Especial
- 20 de outubro de 2021
Quase três anos depois, polícia chega a suspeito de atentado contra advogada em Gravataí
”Não existe crime perfeito”; assim resumiu um policial civil após quase três longos anos de investigação e de escassas informações sobre o ataque sofrido por uma advogada dentro da própria residência, na Morungava – área rural de Gravataí. Nesta segunda-feira (18) a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gravataí confirmou o depoimento de um rapaz, hoje com 18 anos, que é suspeito do crime.
O caso ocorreu no dia 17 de dezembro de 2018 e havia sido registrado como uma tentativa de roubo. A advogada limpava a piscina de casa quando o homem entrou no local e tentou desferir diversos golpes contra ela. Ao se defender, ela acabou sendo agredida e esfaqueada pelo acusado. Do local, nada foi levado, chamando a atenção dos investigadores na época.
Como norte os policiais tinham apenas imagens de câmeras de segurança próximas ao local que flagraram o rapaz passando nas imediações. Um retrato falado, descrito pela vítima, também foi divulgado. Conforme apurou a reportagem do Giro de Gravataí, informações que chegavam de forma anônima davam detalhes do caso, um verdadeiro quebra-cabeça para a polícia.
”Seguimos a única pista que nós tínhamos. O rapaz, após o crime, abordou um homem que estava em uma moto e pediu para que fosse levado até Nova Hartz, a partir disso, com o retrato falado e apenas com a cidade começamos a trabalhar o perfil de indivíduos de todo o Vale dos Sinos, mas principalmente da cidade indicada. Assim conseguimos identificá-lo”, revelou um investigador, que a pedido, preferiu o anonimato.
Durante o período, os investigadores realizaram um trabalho de saturação nas cidades de Taquara, Igrejinha e Nova Hartz, com informações sobre o suspeito, até que chegaram ao rapaz conduzido para a delegacia. No início da tarde, acompanhado de uma advogada, ele prestou depoimento sobre o caso. O suspeito também possuía uma tatuagem de cruz em um dos lados do rosto, a mesma descrita pela advogada no retrato falado.
Marcas para sempre
Mesmo que o caso na época tenha ganhado as manchetes, a advogada hoje prefere preservar a identidade. Ela carrega consigo as marcas do atentado, o que custou a perda de três dedos – dois deles reimplantados, além de ter sofrido uma fratura craniana e a dilaceração do no ombro direito, causando também a diminuição do movimento do braço. Ainda segundo ela, foram 14 facadas, entre a barriga, os braços, cabeça e pernas.
Ainda conforme apurou a reportagem, de forma extraoficial, o ataque não tem relação com as questões profissionais da advogada. No entanto, a polícia informou que não divulga maiores detalhes do caso para não atrapalhar o restante das investigações. Informações podem ser passadas pelo telefone 0800 642 0121. A Polícia Civil garante o total sigilo dos denunciantes.