Em Gravataí, evento propôs reflexão sobre a relação entre racismo e violência

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Aproximadamente 100 pessoas participaram do evento Impacto Lilás, promovido com o intuito de discutir questões acerca do enfrentamento à violência contra a mulher. O encontro, realizado pelo Movimento Gravataí Lilás, ocorreu na noite da última quarta-feira (30/8), no Sindilojas, e também teve apoio do Giro de Gravataí e Projeto Ester – Somos Todas Irmãs.

Temas como “Segurança Pública e Inovações Legislativas” e “Racismo Estrutural e Ações Afirmativas” fizeram parte do diálogo, no qual foram apresentados dados que retratam o cenário da violência contra a população feminina no país. O coordenador do Movimento Gravataí Lilás, o advogado e consultor imobiliário Jason Furquim, citou informações da pesquisa da Data Folha 2022, na qual 6% das mulheres entrevistadas afirmou ter sofrido violência. Destas, 69% não comunicaram as autoridades. Ao todo, 35% das mulheres disseram que têm medo de morrer em decorrência da violência e 81% concordaram que as mulheres que sofrem violência ficam em casa por falta de recursos para ir para outro lugar.

Durante o evento, representantes da Casa Lilás, Patrulha Maria da Penha e Guarda Municipal explicaram como é o atendimento às mulheres vítimas de violência e como e onde se deve procurar ajuda e denunciar. Um dos destaques da programação foi o painel sobre a relação entre racismo e violência. A cientista social, cantora e militante social antirracista Nina Fola ressaltou tópicos sobre o racismo estrutural, abordando diversas situações vividas por mulheres negras.

Na ocasião, a especialista em desenvolvimento humano e graduanda em Neurociências Stella Maris relatou que presenciou casos de violência física quando criança. “Precisamos falar. Não se cale. Acolha. Apoie. Existe uma rede de serviços que pode trazer paz e acolhimento para as vítimas”, frisou. No encerramento, o mediador, o mestre em História Vinícius Almeida, questionou os participantes: “Quantas mulheres negras vocês têm visto ocupando a liderança em espaços de trabalho?”. O bate-papo propôs a reflexão sobre o assunto e, principalmente, a união de esforços para mudar situações como essa.

*Com informações e fotos da jornalista Viviane Mariot / Sindilojas Gravataí.

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