Depressão, empréstimos e medo; a rotina de funcionárias que sofrem com impasse em Alvorada

Depressão, empréstimos e medo; a rotina de funcionárias que sofrem com impasse em Alvorada
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Impasse entre o governo municipal de Alvorada e a empresa CAB geram danos irreparáveis as funcionárias.

“Temos medo de vir à publico reivindicar nossos direitos com a CAB e perder o emprego, pois uma nova empresa prestadora de serviços assumiu a Prefeitura de Alvorada e fomos empregadas por ela. Fomos porque precisamos muito sobreviver. Não poderíamos deixar nossas famílias, as pessoas que dependem de nós na mão, embora estejamos sem perspectiva de vida com tudo isso. É desumano”.

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O desabafo acima é de uma ex-funcionária da empresa terceirizada da Prefeitura de Alvorada, CAB, que retrata o drama vivido por mais de 200 assalariadas desde novembro do ano passado. Um ‘baque’ ao não receberem direitos oriundos do encerramento de contrato entre a empresa e a Prefeitura gerou para centenas de famílias danos irreparáveis.

”Eu comecei a ter crises de ansiedade, já não conseguia mais dormir, ficando dezembro sem o salário, além de todos os outros direitos. Eu só pensava em como pagar as contas, como sustentar meu filhos. Pensei até em bobagem”, conta uma ex-funcionária, que não aceitou o trabalho na nova terceirizada do município.

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“Faríamos a festa de aniversário da minha filha de 15 anos com o valor da rescisão, mas infelizmente ela vai precisar entender que o único jeito seria com esse dinheiro, previsto por todas nós”, destacou outra, que ao saber da demissão do marido no início deste ano decidiu aceitar a proposta da nova empresa, que captou cerca de 70% das antigas funcionárias da CAB.

‘’A terceirizada acusa a prefeitura, e a prefeitura acusa a terceirizada. No meio disso ficamos nós, trabalhadoras que dependem de moedas para sustentar a casa, os filhos”, ressaltou outra funcionária, que por conta do nao recebimento de valores de férias, décimo terceiro salário, aviso prévio e fundo de garantia, precisou de acompanhamento psicológico, desenvolvendo princípio de depressão, conforme ela. 

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”Sou pobre, sempre fui humilde e correta. Jamais deixaria gente trabalhadora nessas condições. Eles nos deixaram na mão. Financiei uma casa e corro o risco de ser despejada. Tiraram minha dignidade”, relatou uma outra ex-funcionária da empresa, que também afirmou ter buscado acompanhamento psicológico devido a crises de ansiedade.

Funcionárias em meio a uma guerra de versões 

A guerra de versões que deixa famílias sem sustento na cidade ocorreu com o término do contrato. A terceirizada acusa a prefeitura de falta de pagamento de 13º salário e outros benefícios referentes ao fim do contrato vigente, em dezembro de 2021. A prefeitura afirma já ter quitado a dívida com a empresa. A prestadora de serviços é a mesma que atrasou salários em Gravataí e acumula um histórico de problemas financeiros.

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De acordo com a prefeitura, não há mais pendências referentes à contratação desta terceirizada. Ainda em 2021, o sindicato que defende as funcionárias conseguiu mover uma ação trabalhista que garantiu um milhão de reais em juízo para o pagamento de dívidas similares.

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e de Serviços Terceirizados em Asseio e Conservação do Rio Grande do Sul (Seeac/RS) afirma que este valor é menor. Que a prefeitura alocou apenas R$ 300 mil para a quitação da dívida, sendo assim insuficiente para fechar a conta.

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No entanto, as funcionárias também reclamam da lentidão e a falta de informações por parte da entidade. “Eles também já não dão informações, tu não consegue falar com o jurídico, parece ser burocrático e são ríspidos ao falarem conosco. Só queremos justiça’’, destacou outra funcionária, que também na condição de anonimato, conversou com a reportagem do Giro de Gravataí.

A reportagem está aberta para o contraponto da prestadora de serviços CAB, da Prefeitura Municipal de Alvorada e do Seeac/RS.

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