- Especial
- 14 de janeiro de 2022
As contas venceram, mas funcionários de uma terceirizada de Gravataí ainda não receberam o salário
A última semana tem sido de agonia para alguns funcionários da CAB, empresa terceirizada que presta serviços para a Prefeitura de Gravataí. Várias vezes por dia, os trabalhadores pegam o celular, na esperança de que o aplicativo bancário mostre o salário depositado. Mas desde o último dia 7, quinto dia útil deste mês, quando o pagamento deveria ser realizado, a resposta é negativa.
“Muitas contas já venceram, a maioria com juros. Tenho colegas que precisam pagar aluguel”, relata uma trabalhadora à reportagem do Giro de Gravataí.
“Olha, eu trabalho nesta empresa há seis anos, de uns dois anos para cá, até o vale do mês eles atrasam, e o salário também. É um descaso, porque já foi repassado o salário pela Prefeitura e não chegou até nós. Estou de férias, mas o salário de dezembro não foi pago. Imagina para quem está trabalhando sem receber”, contou uma outra trabalhadora em um grupo nas redes sociais.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Gravataí informou que o município já tem conhecimento do atraso, que o pagamento pelo serviço foi feito normalmente e que a empresa assumiu o compromisso de regularizar a situação.
Nossa reportagem também conversou com o proprietário da empresa, Vilmar Chagas. “Tivemos percalços, problemas financeiros. Quero regularizar esta situação ainda hoje, estou trabalhando para isso. Para que hoje, segunda, ou no máximo terça-feira, os salários estejam nas contas”, projetou. Ele ainda explicou que a situação ficou mais complicada em dezembro, com pagamentos de décimo terceiro salário e muitos funcionários de férias, o que gerou, praticamente, duas folhas de pagamento a mais.
“Trabalhamos há mais de oito anos, nunca tivemos atrasos e problemas para o pagamento de funcionários. Mas os últimos dois anos, com a pandemia, foram muito difíceis, vi empresas quebrando, nós não iremos fechar, vamos trabalhar para que isso não aconteça”, afirmou.
O empresário, no entanto, afirmou compreender a indignação dos trabalhadores. “Nenhuma explicação que eu der vai resolver. O que resolve é o pagamento. Eu gostaria de ter pago todo mundo, infelizmente, uma parte ficou para trás. A nossa preocupação é com o lado humano”, analisou.
