Adolescentes de Gravataí procuram dindos, você pode ser um deles

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Foto: Giovani de Oliveira/ Giro de Gravataí

O anúncio da chegada de uma criança, normalmente é acompanhado de muita alegria e, muitas vezes, de uma disputa entre os amigos para ser padrinho ou madrinha. Em Gravataí existe um número grande de crianças e adolescentes precisando de dindos e dindas. Por diversas questões, elas tiveram o vínculo com a família reduzido ou até cortado e hoje estão no abrigo do município.

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Eles não possuem muitas referências fora do abrigo, também não tem uma perspectiva de morar novamente com a família ou serem adotados. Pensando na importância dos vínculos afetivos para o desenvolvimento desses adolescentes, o Poder Judiciário e o Município, em parceria com a ONG Elo, desenvolveram o programa de apadrinhamento, para participar, não é preciso dinheiro, apenas afeto.

Tassita Medina é psicóloga voluntária da Elo e explica que a proposta é criar um laço como o de padrinhos e madrinhas tradicionais. “Como qualquer outro padrinho. A ideia é que ele possa acompanhar o desenvolvimento da criança, de repente olhar os cadernos, ver como está indo na escola, ser uma referência. Não só alguém para visitar no natal”, comenta.

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A profissional também deixa claro que a questão financeira não é o importante. “No abrigo eles têm roupa, alimento, tudo o que precisam de material. O que estamos buscando é o vínculo afetivo”, afirma. Com o programa, a ideia é que os novos dindos e afilhados possam se encontrar, passear, criar uma amizade.

De acordo com Tassita, a aproximação é realizada de maneira bem gradual, com o auxílio da equipe do abrigo. “Primeiramente, as visitas acontecem com o acompanhamento, vão sair, tomar um sorvete, conversar em uma praça. Mais pra frente, o padrinho vai poder levar o afilhado para conhecer a sua família, passar um fim de semana, o que é sempre comunicado pela equipe ao Juizado”, explanou, lembrando que tudo isso ocorre de acordo com a disponibilidade do padrinho e a organização do adolescente, com suas atividades, escola, etc.

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Curso mostra o caminho

Para os interessados em criar este vínculo e ganhar um afilhado, a ONG Elo ministra um curso de cinco oficinas, em que é ensinado um pouco do que o novo padrinho precisa aprender. “Trabalhamos a empatia, a noção de responsabilidade: aquele adulto está entrando na vida do adolescente, o que isso significa?”, comenta Tassita.

A primeira turma concluiu o curso em maio. Estivemos em uma aula, e conhecemos Andréia Rosa da Silva. Aos 43 anos, ela é mãe adotiva de uma menina de 8, que a acompanha nas oficinas. “Não teria condições de adotar outra criança, mas quero mostrar que podemos fazer algo”, analisou. Pensamento semelhante ao de Cleci Monteiro, de 56 anos, que aprovou o curso. “Me sinto mais preparada agora, ações como essa precisam ser divulgadas”, defendeu.

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Uma nova turma está prevista para o início do segundo semestre. Para participar, é necessário ter mais de 21 anos, e enviar um email para apadrinhargravataí@gmail.com. Não é necessário ser morador de Gravataí.

Os encontros acontecem na sede do Instituto Mix, na Rua Doutor Luís Bastos do Prado, 1747 e não tem custo nenhum. A instituição de ensino oferece o espaço gratuitamente para o projeto. Marcelo Scheimer é sócio-diretor do Instituto Mix e conta que assim que conheceu Peterson Rodrigues, presidente da Elo, achou importante participar. “Nosso propósito é mudar a vida das pessoas. Quando o Peterson me apresentou o projeto, vimos que estava alinhado à nossa maneira de pensar”, comentou.

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