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- 19 de maio de 2020
Vereador de Gravataí monta dossiê e protocola pedido de investigação de grupos e páginas de Facebook
O vereador Dilamar Soares (PDT) protocolou no Ministério Público Eleitoral (MPE) o pedido de investigação de uma série de páginas e grupos do Facebook. De acordo com o parlamentar, grupos com interesses políticos, integrados por futuros candidatos e por pessoas com mandato estão por trás de publicações de notícias falsas. As páginas e grupos também são usadas, segundo ele, para promover políticos.
“Eu tenho duas páginas com o meu nome. Quem segue, sabe que sou eu. Agora, tem uma série de páginas, com nomes fantasias, como se fossem de veículos jornalísticos, que na verdade são para promover políticos com mandato ou candidatos”, afirmou.
“Quando você é um influenciador digital, as pessoas seguem você. Muitos administradores destas páginas têm mil e pouco amigos, mas as páginas têm 100, 200 mil seguidores”, comentou, explicando que a maioria dos seguidores seriam pessoas enganadas, que acreditam estar seguindo uma empresa de comunicação, quando na verdade, o interesse é divulgar notícias falsas e dar visibilidade para determinadas figuras públicas.
Dilamar ainda afirma que isto acontece com diversos grupos políticos. “Identifiquei nos dois lados da ferradura do espectro ideológico, tanto na direita, quanto na esquerda”, relatou. Ele ainda exemplificou. “Sou da oposição ao Governo Marco Alba, mas todos lembram daquela história dos letreiros de Eu Amo Gravataí. Foram divulgados valores absurdos, que eram falsos, para atacar a Prefeitura”, citou.
No entendimento do vereador, estas páginas e grupos geram um desequilíbrio nas disputas eleitorais, já que, sem se identificar com partidos, dão espaço apenas para uma determinada agremiação. “Isto fere o princípio do Direito Eleitoral do Livre Arbítrio do eleitor, que é enganado, quando é mostrado apenas o trabalho de um parlamentar e não o do outro”.
Ele relata que em alguns grupos, são colocadas mensagens de alguns vereadores, enquanto de outros acabam sendo bloqueadas ou não recebem autorização dos administradores. “Fui bloqueado por um vídeo considerado impróprio. Era um vídeo sobre o revalida, que é o exame para validar os diplomas de médicos formados fora do Brasil. Um vídeo sobre saúde foi considerado impróprio”, reclamou.
Em entrevista por vídeo conferência, o vereador afirmou que não irá divulgar os nomes dos administradores, páginas e partidos, antes que o MPE aceite a denúncia. “Eu fiz um levantamento, o Ministério Público vai verificar. Se aceitar a denúncia, ela se torna pública, eu não maculei a honra de ninguém. Não vou manchar a imagem de alguém, como eles fazem e não dão direito de resposta.”
Ainda segundo ele, um único grupo, envolvendo figuras públicas da cidade e com diversos perfis falsos é o responsável por dezenas de páginas e grupos, que somaria 2 milhões de seguidores. Ele explicou que as páginas não envolvem apenas Gravataí, mas outras cidades como Viamão, Alvorada, Cachoeirinha.
“Todos os partidos, todos os candidatos afirmam que querem um pleito limpo, sem fake news. Então, faço isto em nome da democracia”, defendeu. Ele também relatou que existe um comércio de páginas, além de posts patrocinados. “É preciso ver quem está pagando esta conta e qual o interesse”, defendeu o vereador.
A reportagem do Giro de Gravataí busca informações com o MPE.