Professora da rede pública de Gravataí e Cachoeirinha produz livro sobre inclusão

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Obra “O Mundo Azul do menino João”, de Angelita Carla Alves Pereira, está sendo financiada coletivamente. Foto: Divulgação

Mais de 25 anos dedicados à rede pública de ensino trouxeram muita experiência para Angelita Carla Alves Pereira, que é professora do primeiro ano do fundamental na Escola Natálio Schlain, de Cachoeirinha, e auxiliar de biblioteca na Rui Ramos, de Gravataí. E algumas das vivências nessa jornada é que inspiraram a produção do livro “O Mundo Azul do menino João”, cujos exemplares serão impressos através de financiamento coletivo. Quem puder colaborar pode doar através da plataforma Abacashi.

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Os temas centrais da obra são diversidade e inclusão. “Decidi compartilhar minha experiência com alunos especiais nos anos iniciais do ensino fundamental.  Além de ser um livro lúdico, para alcançar os estudantes da pré-escola até o terceiro ano do ensino fundamental, o material poderá ser usufruído pelos professores em sala de aula e pelos pais, que terão acesso a algumas explicações e links de apoio”, relata a autora.

Segundo Angelita, o projeto “busca ressaltar as peculiaridades de cada ser, na medida em que enaltece as qualidades que nos diferenciam e mudam a vida das pessoas”. O livro tem selo do Clube Literário de Gravataí e apresenta uma leitura leve, assim como demonstra que o trabalho construído de forma integrada e harmoniosa é fundamental para o crescimento do aluno de inclusão, seus colegas e professores.

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O Mundo Azul do menino João traz ilustrações de Luiza Miguelis Caruzo, jovem de 16 anos que tem o Transtorno do Espectro Autista. “A proposta dela é fazer algo em que a personagem do livro se identifique, ou seja, uma ilustração sem poluição visual, que causa muito embaraço para o autista. E, dessa forma, irá demonstrar que o menos é mais para algumas pessoas”, comenta a professora.

Atualmente, Angelita trabalha nas escolas Rui Ramos e Natálio Schlain. Foto: Divulgação

Inclusão no ambiente escolar

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Fazendo referência à Constituição Federal, na qual está previsto que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, a escritora aponta que o cenário de inclusão teve avanços, mas ainda requer melhorias.

“Temos grandes conquistas na base legal. Muitas leis que amparam os PCDs e as inclusões, de modo geral, com incentivos e a garantia de acesso aos tratamentos e serviços terapêuticos e pedagógicos. Porém, pedimos encarecidamente que os gestores governamentais, que estão mais próximos dessas leis, que, de fato, as executem no cotidiano”, salienta Angelita.

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Com exemplos que se tornaram corriqueiros no ambiente escolar, a educadora alega que fazer a inclusão acontecer continua sendo um grande desafio. “Ano após ano, temos entraves nas escolas com a escassez de profissionais para dar suporte aos alunos inclusivos. Por muitas vezes, somos obrigados a solicitar aos pais que busquem o apoio judicial para terem o direito de seus filhos respeitado. O professor, por mais bem qualificado, não consegue dar conta de classes superlotadas e sem o apoio adequado a esses alunos”, afirma.

A autora do livro infantil exalta, todavia, o empenho dos profissionais da educação. “A escola pública é o espaço mais democrático e que mantém a perspectiva da concretização efetiva da inclusão. Mesmo com toda a sua precariedade estrutural e de falta de profissionais, ela está sempre de portas abertas e aceita a todos que querem buscar seu espaço ao sol. A diversidade não é o problema, ao contrário, a partir dela é que construímos o conhecimento e estruturamos uma sociedade mais igualitária”, frisa.

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“Os professores da rede pública, mesmo com o desrespeito aos seus direitos e desvalorização financeira, e com uma sociedade influenciável diante de opiniões distorcidas, estão sempre em busca de aperfeiçoamento, qualificação e capacitação. O que precisamos é que esse arsenal de leis saia do papel e se concretize”, acrescenta a mestre. Na opinião da educadora, algumas medidas são essenciais para melhorar o cenário, como a disponibilidade de salas de aula com acessibilidade e agentes de apoio para alunos inclusivos, respeito ao número de estudantes por série, entre outras.

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