- Especial
- 27 de julho de 2021
Polícia investiga morte de paciente em casa usada como clínica de reabilitação em Gravataí
A Polícia Civil de Gravataí instaurou um inquérito e desde então investiga a morte violenta de um homem de 41 anos, paciente de uma casa que funcionava como clínica de reabilitação de dependentes químicos em Gravataí. Daniel Kauer estava internado há dois dias no local, que fica na Estrada Vânius Abílio dos Santos, no bairro Santa Cruz, até que no último dia 09 deu entrada no Hospital Dom João Becker. O local funcionava de forma clandestina.
Conforme o relato da equipe de emergência do Hospital, a vítima chegou com diversas lesões pelo corpo, principalmente na região da cabeça. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na casa de saúde. Devido a gravidade do fato, a coordenação médica comunicou a Delegacia de Homicídios de Gravataí, já que as informações sobre sua chegada ao local também eram desencontradas. Inicialmente três amigos da vítima teriam-o deixado no Hospital, mas nenhum deles teria sido identificado ou informou o que de fato havia acontecido com a vítima.
Natural de Sapucaia do Sul, Daniel era dependente químico e havia, com o pai, escolhido a clínica que passaria a viver sua recuperação. Durante a apuração dos fatos, os responsáveis pela casa de reabilitação informaram aos investigadores que Daniel havia sofrido uma queda da escada. Para a polícia, as lesões eram incompatíveis.
Versões e contradições
Durante as oitivas de testemunhas, alguns dos internos decidiram relatar o que de fato havia ocorrido. Durante a madrugada, Daniel sofrera um surto e foi contido a socos e chutes pelos próprios internos, que são os responsáveis pela maioria das atividades no local, inclusive daquelas que necessitam de conhecimento técnico. Além disso, há relatos de que a vítima também teria sido amarrada na cama, e em seguida medicada com calmantes.
A investigação da Delegacia de Homicídios aguarda agora os laudos periciais para confirmar o fator crucial para a morte da vítima. Ao todo, cerca de 20 pessoas residiam no local. ‘’Sabemos até agora que a vítima foi agredida, contida e em seguida deram alguns remédios. Só que essa contenção nao é condizente com os meios técnicos. O local também não tinha nenhum registro legal de funcionamento como clínica de reabilitação’’, disse o delegado Ricardo Milesi.
Perguntado sobre as responsabilidades da morte e como o caso será enquadrado, Milesi destaca que todas as hipóteses para o crime estão abertas até o momento, e aguarda a conclusão da perícia. O nome dos proprietários e o local em que o fato ocorreu não foi divulgado até o momento pela Polícia Civil.