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  • 27 de janeiro de 2020

Padre Fabiano | Por que os padres não casam?

Padre Fabiano | Por que os padres não casam?
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Na coluna anterior “A polêmica dos dois papas”, abordei a polêmica gerada pela publicação do livro Des profondeurs de nos cœurs (em português “Do mais profundo dos nossos corações”), pela editora Fayard, escrito pelo Cardeal Robert Sarah com a colaboração do Papa Emérito Bento XVI.

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Não é de hoje a polêmica sobre o celibato sacerdotal. Não vou aqui me estender numa história da polêmica celibatária, vou apenas recordar que na Reforma Protestante do século XVI, o monge agostiniano Martinho Lutero, após ser excomungado pelo Papa Leão X, contraiu matrimônio, e, após ser fundada a Igreja Luterana, nesta a disciplina do celibato foi abolida, no que foi seguida pela Igreja Anglicana.

Na atualidade, a velha pergunta: “por que os padres não casam”, voltou com força após a revolução sexual da década de 50, cuja consequência foi a hipererotização da sociedade, onde era inconcebível que alguém, em sã consciência, renunciasse aos “prazeres da vida.”

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Não quero aqui contar uma história do celibato – nem teria espaço para tal – mas a origem do celibato sacerdotal remonta ao próprio Jesus, que não foi casado, nem Paulo de Tarso, nem João, o mais moço dos Apóstolos. Renunciaram ao matrimônio não por aversão e este, mas para dedicarem-se exclusivamente ao anúncio do Reino dos Céus. Nos primeiros séculos, existiram padres e bispos casados, mas existiam também aqueles que livremente optavam pelo celibato. Os padres e bispos casados deviam abster-se das relações conjugais após a ordenação, é o que se sabe a partir de uma extensa pesquisa realizada pelo Cardeal Alfonse Stickler.

A primeira norma sobre o celibato foi emitida pelo Sínodo de Elvira, uma diocese da Espanha, no ano 300. Neste sínodo, decidiu-se que a ordenação sacerdotal só seria conferida a homens solteiros. Daí por diante, a normativa se difundiu pela Igreja ocidental. Outro caminho seguiu a Igreja oriental, que manteve o clero casado, atuando juntamente com o clero celibatário.

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Na contemporaneidade, o Papa Paulo VI (1963 – 1978) escreveu um documento em 1967, chamado Sacerdotalis caelibatus, onde reafirma a importância do celibato, e também João Paulo II, Bento XVI e Francisco muitas vezes afirmaram que se trata de um dom de Deus para a Igreja e não tem intenção de mudar tal disciplina.

A polêmica em torno o celibato na atualidade tem algumas causas. Em primeiro lugar, vivemos numa sociedade hipererotizada, onde a sexualidade e o corpo humano tem sido cada vez mais exposta como produtos, como espetáculo. Impossível sair à rua sem ver um out-door com um corpo seminu, ou ligar a TV e não ver um corpo nu ou uma relação sexual explícita. Não estou aqui dando uma de moralista, nem emitindo juízo de valor, estou apenas constatando fatos. Numa sociedade onde o sexo é superexaltado, torna-se difícil entender alguém que escolha renunciar a ele.

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