Orgulho gaúcho em Gravataí | A educação aliada ao cultivo da tradição e história do RS

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No que diz respeito ao cultivo das tradições gaúchas, uma das ferramentas mais importantes é a educação. Afinal, como se diz popularmente “aquilo que não é ensinado, não é aprendido, e consequentemente, não é praticado”. Nos CTGs e nas escolas são desenvolvidos diversos projetos com essa finalidade, principalmente no Mês Farroupilha. Estudos sobre a história e os símbolos do Rio Grande do Sul, visitações a entidades tradicionalistas e eventos que possibilitam aos estudantes vivenciar e relembrar o folclore regional estão entre as ações mais frequentes.

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Entre as instituições de ensino de Gravataí que procuram incentivar o interesse dos alunos pela cultura gaúcha está a Escola Estadual de Ensino Médio Heitor Villa Lobos, que promove anualmente uma festa alusiva ao Dia do Gaúcho, além de trabalhos em sala de aula. Em setembro, todas as turmas da escola trabalham o assunto com seus respectivos professores. Nas aulas, são abordados teoria e prática, a fim de que o conhecimento sobre a história e as tradições se perpetue no consciente dos estudantes.

Em alusão ao Dia do Gaúcho, instituição de ensino organiza piquetes com as turmas. Foto: Divulgação

A pedagoga de Educação Especial Rosângela Piva da Silva auxilia as crianças com deficiência nas atividades propostas. “A intenção aqui é a inclusão social, e por isso nós também trabalhamos com eles estes assuntos, porém de uma forma mais lúdica para atrair a atenção mesmo. Teve um ano, inclusive, que um dos meus alunos, que era especial, escreveu uma poesia gauchesca”, relata a professora.

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Após desenvolver a temática dentro de sala de aula, a Escola Heitor Villa Lobos organiza piquetes com as turmas, oportunizando que os alunos vivenciem a cultura na prática durante um dia inteiro de festividades. Cada turma planeja, sob a supervisão de seu professor responsável, como irá passar o dia. Na data do evento, há músicas tradicionalistas, comidas típicas, brincadeiras, apresentações e espaço com decoração inspirada na cultura gaúcha.

“Na ocasião, nos pilchamos e tem alunos que apresentam danças, fazem cartazes, poesias, versos, entre outras atividades. Aproveitamos a data, inclusive, para ensinar como se faz o chimarrão e uma fogueira. Todos participam e eles amam. É difícil alguém não gostar. Tem até alguns pais que pedem para participar desse momento tão especial”, salienta Rosângela.

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Oficina de chimarrão na escola. Foto: Divulgação

Com o objetivo de propagar a cultura e ensinar a importância das tradições gaúchas para a nova geração, neste ano, o evento da Escola Heitor Villa Lobos, acontecerá nesta segunda, dia 18 de setembro. Dessa forma, a instituição de ensino garante que o culto às tradições se manterá não apenas no imaginário, mas no zelo pela prática do tradicionalismo e no orgulho de ser gaúcho.

Um olhar para “heróis anônimos”

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Com a proposta de apresentar a temática dos Lanceiros Negros, através do resgate de sua participação na construção da história do Rio Grande do Sul e reflexão sobre o protagonismo negro, a professora e escritora Angela Maria Xavier Freitas desenvolveu um projeto para o público estudantil. As obras literárias “Lanceirinho Negro” e “Lanceirinho Negro: Herança de Porongos” se tornaram ferramentas de apoio para os educadores abordarem o tema com os alunos, em especial com as crianças, que, por meio das histórias, compreendem a representatividade dos negros na Revolução Farroupilha e são encorajadas a combater o racismo. A autora também realiza contações de histórias, palestras e bate-papos sobre o enredo, utilizando, inclusive, materiais digitais com a contextualização histórica e depoimentos de convidados.

A professora e escritora Angela Xavier é a autora do projeto Lanceirinho Negro. Foto: Divulgação

Presidente do Clube Literário de Gravataí, Angela recorda que a motivação para o projeto foi o questionamento de uma aluna sobre a história dos Lanceiros Negros, que por muito tempo não recebeu visibilidade em trabalhos sobre a Guerra dos Farrapos. O primeiro livro foi lançado em 2019 e traz ilustrações de Daniel Silveira. A segunda publicação ocorreu em 2020 e foi ilustrada por Waldemar Max.

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O projeto é um sucesso em muitas cidades do RS. A escritora visita várias escolas e outras instituições interessadas na explanação sobre o Lanceirinho Negro e o contexto histórico que inspirou os contos. Somente este ano, na programação do Mês Farroupilha, a professora vai atender aproximadamente mil crianças e adolescentes. “É incrível o acolhimento ao personagem. Fico imensamente feliz com o sucesso do guri. Ele estará na Feira do Livro de Porto Alegre, com sessão de autógrafos em edição especial e contação de histórias”, ressalta.

No segundo livro sobre o Lanceirinho Negro, umas das ilustrações de Waldemar Max retrata um avô (figura representa o ator Sirmar Antunes) compartilhando seu conhecimento com o neto.
Personagem se imagina como um lanceiro negro. Ilustração de Waldemar Max

Saiba mais sobre os Lanceiros Negros

Os Lanceiros Negros participaram da Guerra Civil Farroupilha na condição soldados. Durante dez anos, combateram ao lado dos farrapos e contra as tropas imperiais, montados em seus cavalos e armados com lanças compridas. Seu vestuário era constituído por sandálias de couro, colete, chiripá de pano e braçadeira vermelha, simbolizando a República.

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O grupo era formado por homens escravizados, que tinham a promessa de liberdade ao fim do conflito. Entretanto, quando se aproximou o fim da guerra, cerca de 100 escravizados, desarmados e comandados pelo farroupilha Davi Canabarro, foram massacrados pelo Exército Imperial no distrito de Piratini, no Cerro dos Porongos, hoje município de Pinheiro Machado. Esse episódio ficou conhecido como Massacre dos Porongos e facilitou as negociações de paz dos farroupilhas com o Império, que culminou na assinatura do Tratado de Poncho Verde, em 1845.

Fonte: Secretaria da Cultura do Estado do RS

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