Noite de conversa sobre adoção na Ulbra em Gravataí

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Foto: ONG ELO/Divulgação

A ONG ELO realiza nesta terça-feira (16), das 19h30 às 21 horas, o evento Conversando Sobre Adoção em Gravataí. Com entrada franca, a reunião contará com um espaço de reflexão para todos interessados no tema. A atividade será realizada na Ulbra Gravataí. No entanto, a adoção não é a única maneira de proteger e integrar uma criança em uma família substituta. A ONG ELO, uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 2015, lidera, entre outros projetos, o Apadrinhamento Afetivo, que está mudando a realidade de 12 menores em Gravataí.

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Afilhados e dindos criando vínculos

Destinado para pessoas que não estão no cadastro para adoção, o projeto Apadrinhamento Afetivo, desenvolvido pela ONG ELO, em parceria com a Prefeitura de Gravataí e o Poder Judiciário, busca proporcionar referência afetiva para jovens acolhidos nas cinco casas abrigo da cidade. Tem como objetivo construir vínculos afetivos fora da instituição, contribuindo principalmente com o desenvolvimento emocional da criança, dando oportunidade de ressignificar os conceitos de família, afeto e cuidado.

“O Apadrinhamento Afetivo estimula a manutenção de vínculos com pessoas da comunidade que se habilitem na forma de padrinhos ou madrinhas, ampliando as oportunidades de convivência familiar e comunitária a este público infanto-juvenil”, explicou o prefeito Marco Alba. “Esta é mais uma ação do governo de valorização e cuidado com as pessoas, uma vez que as crianças e adolescentes acolhidos têm a oportunidade de conviver com um padrinho afetivo auxiliando no seu desenvolvimento pessoal”, completou.

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A Elo realiza a inscrição e a capacitação de padrinhos e afilhados, enquanto o Judiciário autoriza e monitora. O município, por sua vez, tem sob sua guarda, atualmente, cerca de 63 menores.  “Ao todo, já contabilizamos 12 apadrinhamentos. É gratificante acompanhar e ver o quanto o projeto tem influenciado no psicológico de cada um desses afilhados. Quando a criança tem um padrinho, ela se sente mais segura, acolhida e amada. Melhorando a sua autoestima e, consequentemente, sua expectativa de vida”, explica Tanrac Saldanha, Secretário Municipal da Família, Cidadania e Assistência Social (SMFCAS).

O padrinho e a madrinha são figuras antigas na relação com crianças e adolescentes que vivem em casas de acolhimento. Mas só há dois anos que o Estatuto da Criança e do Adolescente reconheceu oficialmente a importância do apadrinhamento no desenvolvimento desses menores – especialmente os jovens de 10 a 17 anos, que, em geral, têm chances menores que os mais novos de ser adotados ou de voltar à família de origem. “Neste processo todos são ouvidos: tanto os adolescentes quanto os padrinhos, que passam por uma formação a fim de receberem suporte e orientações com psicólogos e assistentes sociais sobre o que constitui o apadrinhamento afetivo, visando garantir o bem estar de todos os envolvidos”, afirmou Luciana Barcellos, juíza da Infância e Juventude.

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Quem pode ser um padrinho afetivo

Não precisa necessariamente viver em Gravataí. Pessoas de cidades vizinhas também podem se inscrever no projeto e passam por capacitação em cinco oficinas. Na primeira delas, os padrinhos gravam um vídeo de apresentação e os jovens escolhem por quem querem ser apadrinhados.

Os padrinhos tem autorização judicial de levá-la para passear e assume o compromisso de dar a ela apoio afetivo ou até ajudar nos seus estudos e formação profissional. “Nossas próximas oficinas ocorrem nos dias 4, 8, 9, 10, 11 e 12 de julho, na Ulbra Gravataí, sempre às 19h30. Nestas datas, iremos passar todas as informações e realizaremos as inscrições”, explica Tassita Medina, psicóloga voluntária da ELO.

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Peterson Rodrigues, presidente da ELO, argumenta que o Projeto busca atender prioritariamente pessoas que não desejam adotar, mas sim criar laços afetivos através de visitas, passeios, conversas e outras formas de afeto que também são importantes no processo de formação individual de cada um.

Relatos de quem vive essa experiência

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Selma Alice Hendz, 32 anos, empresária, casada e com um casal de filhos, optou por ser madrinha de um adolescente de 17 anos no projeto Apadrinhamento Afetivo. “Sempre tive vontade de ajudar o próximo de alguma maneira. Quando vi o projeto da ELO, em Gravataí, fui logo me inscrever. Minha vontade era ajudar um adolescente que não tinha o apoio da família. Hoje, nosso convívio criou laços tão fortes, que posso afirmar que ele é como se fosse meu filho”.

Viúva e com as filhas já adultas, a servidora pública Miriam Regina Heyde, 57 anos, decidiu ser madrinha de uma menor do projeto. “Conheço um pouco a realidade desses jovens acolhidos e sentia muita vontade de ter uma destas crianças ou adolescentes por perto. “Fomos apresentadas uma a outra no meu aniversário, em julho do ano passado. Em breve, ela completará 18 anos e, por isso, está em processo de desacolhimento, mas já está se estruturando para uma vida independente ao abrigo”. Sobre os laços afetivos criados com está experiência, afirma: “Não consigo imaginar minha vida sem ela. Eu achava que precisava dar amor a alguém, porém, vi que recebo muito mais que dou”, finalizou.

Termo de cooperação técnica

O prefeito Marco Alba assinou, em julho de 2018, o termo de cooperação técnica do Poder Executivo com o Poder Judiciário e Ong ELO para a instituição do Projeto Apadrinhar no município.

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Capacitações

As capacitações do Projeto Apadrinhar são realizadas por intermédio da ONG ELO, em parceria com o Serviço de Acolhimento Institucional da Prefeitura. Os interessados em se candidatarem a padrinhos afetivos podem obter mais informações sobre o projeto através do e-mail [email protected].

*Com informações da Prefeitura Municipal de Gravataí

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