Nilza Linck, a gravataiense prisioneira em uma das maiores lendas urbanas do RS

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Gravataiense visitou, em 2016, o castelo que viveu como prisioneira nos anos 40. Foto: Diego Vara.

Considerada uma das lendas urbanas mais conhecidas da Capital e do RS, a história de mistério, paixão e quase tragédia tem como principal personagem uma gravataiense. Nascida em 1922, Nilza Linck, que faleceu no ano passado, aos 98 anos, viveu até seus 18 anos em Gravataí. 

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A casa, de estilo português, no qual residiu com a família por uma década é hoje um dos pontos mais conhecidos da cidade, já que abriga o Museu Agostinho Martha. A jovem, já morando na Capital, conheceu Carlos Eurico Gomes, afamado político da época e influente persona da sociedade Porto-Alegrense.

Em pouco tempo, os dois viveram um intenso romance, até que Gomes, 22 anos mais velho que ela, decidiu deixar sua primeira companheira, Ruth Caldas, juntamente com suas três filhas, para viver a paixão com a gravataiense Nilza.

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Se não bastasse o amor que havia encontrado, o político mandou construir no que hoje é o centro histórico de Porto Alegre, um prédio com arquitetura medieval, paredes de pedra, janelas em estilo gótico e grandes torres. A construção se deu em 1948, e teria sido dado de presente a Nilza, para que os dois pudessem viver sob o mesmo teto. 

Castelinho do Alto da Bronze, em Porto Alegre, palco da lenda urbana. 

”Ele era apaixonado por castelos. Dizia que eu era uma princesa e que deveria morar ali. As mobílias eram bonitas e finas, todas escolhidas por ele. Eu achava bonito, mas não era muito aficcionada a castelos”, comentou Nilza no ano passado ao Uol Notícias. 

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 Na habitação moravam, além do casal, o bebê de 5 meses e mais duas empregadas domésticas. Nilza conviveu com Carlos entre 1948 a 1952, e logo percebeu que na verdade o conto de fadas era um pesadelo. O ciúmes de Gomes se tornou cada vez mais frequente, ocasionando até mesmo ameaças de morte contra a jovem.

Conforme os relatos da época, o político se tornou um homem frio e agressivo, desconfiado de que ela poderia estar envolvida com um outro homem, mesmo que não saísse do castelo, impedida por ele. A vida da prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze era limitada.

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Em encontros com correligionários em sua casa, Carlos chegava a esconder porta-retratos com fotos de Nilza para que os companheiros não a vissem. Ainda segundo ela, em uma oportunidade, durante um evento de artistas do Rio de Janeiro na Capital, Carlos pisou com brutalidade em seus pés num momento de ciúmes, e na saída do evento, conduziu o carro tentando jogá-lo dentro do Guaíba. 

Cansada da vida de terror que levava como fantasma no castelo penumbroso, Nilza decidiu das um fim às diárias agressões psicológicas que vinha sofrendo.

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Em 1952 deixou o castelinho para ir morar escondida em um apartamento na capital. Tempos depois, após algumas investidas de Carlos atrás dela, Nilza conheceu um outro homem, se casando com ele. Mais tarde ficou viúva, e desde então vivia com os filhos em Porto Alegre.

Retorno a Gravataí

Em 2009, durante a reinauguração do Museu Municipal no sobrado no qual Nilza morou, ela veio a Gravataí e visitou o local, acompanhada da historiadora Maria Inês Guilloux Leal. Segundo ela, Nilza era uma mulher a frente do seu tempo e esteve em Gravataí quando soube por meio de jornais que o local em que viveu havia sido restaurado.

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