“Não quis acreditar, até que aconteceu de novo”, diz vigia, vítima de racismo em escola de Gravataí

“Não quis acreditar, até que aconteceu de novo”, diz vigia, vítima de racismo em escola de Gravataí
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Aos 51 anos o vigia do colégio Suely Silveira Soares, no loteamento Breno Garcia, em Gravataí, ainda não consegue absorver o que passou no último dia 02, quando estava posto para mais um dia normal de trabalho. Entre uma conversa e outra com os pais dos alunos, ele interpelava de forma educada todos que chegavam até a portaria, prevendo que aqueles que não o conheciam pediriam por informações. 

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Há cerca de quinze dias, segundo ele – que por questões de segurança prefere não ser identificado, foi insultado com comentários racistas feitos por uma mãe que chegou até a portaria. ‘’Ela chegou, eu perguntei o que seria para ela, e em seguida já começou a me xingar. Disse que não se dirigia a palavra até gente como eu, que não queria relação com gente deste meu tipo’’, relatou ele, que é negro.

Pais que deixavam seus filhos na escola e também conheciam a vítima o alertaram para o crime de racismo, mas que segundo ele, preferiu não acreditar que era, de fato, insultos racistas. ‘’Eu sempre trato as pessoas como eu gostaria de ser tratado. Eu fiquei chateado quando isso aconteceu, mas pensei que ela pudesse ter tido um dia ruim, o que todos nós temos. Porém eu estava enganado’’. 

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Segunda vez 

Na última quinta-feira, conforme testemunhas, a mulher de 38 anos, voltou a aparecer na escola para deixar seus filhos, e novamente, teria cometido os mesmos insultos contra a vítima, que comunicou a escola, que decidiu acionar a Guarda Municipal.

‘’Ela tem os filhos na escola, e quando chegou fez a mesma coisa. Disse que não ia se dirigir a palavra a pessoas igual a mim. Ai eu não consegui deixar passar, avisei a direção. Embora ela não tenha me chamado de negro ou algo assim, deu para sentir. Me dói, cara’’, contou ele à reportagem do Giro de Gravataí.  

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A mulher foi levada pela Guarda Municipal até a Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí. O caso foi registrado por injúria discriminatória. A reportagem do Giro de Gravataí busca informações sobre a autuação da acusada, que não foi esclarecida. Na ocorrência policial, ela relatou aos agentes, durante sua condução até a viatura, que não o chamou de negro, mas que “apenas não queria que pessoas como ele encostasse nela”, descreve a ocorrência.

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