- Especial
- 16 de abril de 2024
Não é história, mas esporte de pescador! Conheça alguns representantes de Gravataí na pesca esportiva
O que foi exclusivamente lazer, por cerca de 35 anos, tornou-se um desafio para Alex Sandro Santos Alves, que fez da pesca seu esporte. Há um ano, o empresário de Gravataí passou a se dedicar à prática da pesca esportiva, competindo em torneios pela Região Sul do país. Residente no município, o mecânico industrial Marcelo Pereira também representa a cidade em eventos desse segmento, que conquista cada vez mais adeptos no Rio Grande do Sul. A Seleção Gaúcha, aliás, é a atual campeã do Brasileiro de Pesca.
Segundo o presidente da Federação Gaúcha de Pesca e Lançamento (FRAP), Jorge Gazul, a instituição é pioneira no Brasil na promoção de torneios nos quais os peixes não são abatidos. “Todo o campeonato é idealizado no sistema de pesque e solte. Ou seja, todos os peixes pegos são devolvidos ao mar ou lagoa”, salienta. Ele aponta que este é um fator que tem contribuído para o aumento de praticantes do esporte no estado.
A FRAP, que completará em breve 69 anos, conta atualmente com oito clubes filiados e realiza um campeonato estadual. A competição é desenvolvida em cinco etapas, sendo que a primeira ocorreu no Balneário Pinhal e a segunda em Cidreira. O circuito segue por Rio Grande (Praia do Cassino) e Arambaré. Na final, os atletas retornam a Rio Grande, para provas nos Molhes da Barra.
Este ano, o estadual da FRAP reúne em torno de 130 competidores nas categorias Juvenil, Master, Sênior, Feminino e Open (Masculino). Participam da edição, as equipes Plataforma de Tramandaí, Rio Grande, Caiçara, Anzol de Ouro, Atlântico Sul, Arpão e Clube Lindoia de Pesca e Lançamento.
Fazendo amizades e compartilhando conhecimentos
O professor de Educação Física Jorge Gazul coleciona medalhas e troféus na pesca esportiva. Morador de Alvorada, o presidente da FRAP já venceu nove campeonatos estaduais, um Brasileiro de pesca individual e um por equipe. Com esse currículo, é referência para outros esportistas, caso de Alex Alves, que ainda está no início da jornada em competições.
O empresário de Gravataí revela que ao decidir competir, encarou mudanças bruscas, mas que valeram a pena. “Há muitas diferenças de equipamentos em geral, como varas, linhas e anzóis. E tempo para a etapa em cada box, o que fica bem corrido. No ano passado, entrei no estadual no meio do ano, consegui competir nas provas de lançamento livre e fiquei em quarto lugar. Já na pesca, perdi três provas importantes e acabei disputando somente duas. Participei para ganhar experiência, pois não tinha mais chances”, relata.
Além de aprendizados nas primeiras provas de pesca e lançamento, Alex ganhou amizades. “Sem dúvidas, o momento mais importante foi o apoio do Clube Lindoia, com incentivo e até empréstimo de materiais adequados para cada prova, pois como recém tinha entrado, ainda possuía poucos”, comenta.
Para o atleta, o que torna esse esporte atrativo são justamente os desafios a cada etapa, realizada num local diferente e com propostas específicas para as iscas e peixes. Além disso, Alex tem uma motivação especial para continuar a jornada na pesca esportiva. Sua filha, Maria Eduarda, também participa dos torneios.
“Fico feliz que ela participe junto. Já era parceira na pesca de lazer, foi incentivada pelo avô materno, que mora em Cidreira. Ela teve um ótimo resultado já na sua primeira prova do estadual, ficando em 11º lugar numa prova com atletas de mais bagagem esportiva. E nossa principal incentivadora é a Juliana”, destaca, explicando que a esposa os acompanha e dá suporte na preparação para os eventos. Pai e filha vão competir no dia 28 de abril na Copa Cidreira, promovida pela loja Sharkaiak Pesca. O torneio concederá premiações em dinheiro de até R$ 1,2 mil, troféus e medalhas.
A troca de experiências nos campeonatos e as amizades formadas também são destacadas por Marcelo Pereira, que pesca desde o ano 2000. Ele recorda que via os familiares pescando em rios, inclusive no Gravataí, mas acabou se interessando mais pela prática esportiva à beira-mar. Sua história com o esporte começou durante um período de férias na praia de Imbé, quando passou por uma banca e decidiu comprar um kit de pesca.
Acompanhado pelo amigo Vanderli Marins, o mecânico industrial passou a aproveitar dias de folga para se dedicar à modalidade esportiva. Com o tempo foi aperfeiçoando as técnicas, ingressou em competições e conheceu atletas que compartilhavam seus conhecimentos, davam dicas sobre os melhores materiais para utilizar em provas. Uma artrose no joelho e tendinite no cotovelo, provocadas por movimentos repetitivos no ambiente de trabalho, e a necessidade de cirurgia, afastaram o gravataiense do esporte por um tempo.
“Mas a paixão pela pesca falou alto. Perguntei aos médicos como poderia pescar esportivamente e fazer os tratamentos. Comecei a fazer um trabalho específico para fortalecimento de músculos, do ombro e cotovelo. Até hoje é assim. Não pesco com tanta frequência e na semana que vou pescar a fisioterapia é intensa”, frisa Marcelo, que também participa das ações do Clube Lindoia. Ele afirma que dependendo das condições de saúde, participará da etapa do estadual em Rio Grande, no mês que vem.
Para o pescador, o incentivo para participar dos eventos pelo RS, Santa Catarina e Paraná, são as experiências. “É muito legal porque tu viaja, conhece pessoas e cidades, a culinária local. E pescar na beira da praia é o melhor remédio anti estresse e ansiedade”, diz o competidor, que procura estar sempre se atualizando sobre temas relacionados à pescaria.
Fotos: Divulgação