- Especial
- 4 de agosto de 2023
Moradora de Gravataí celebra um ano de transplante e incentiva doação de medula
O início do mês foi de comemoração para Fabíola Torres das Neves, de 33 anos, moradora de Gravataí. Ela celebra um ano de transplante e ótimas condições de saúde, após ter enfrentado sessões de quimioterapia, muitas dores e desconfortos decorrentes de um câncer, diagnosticado em 2019.
A munícipe fez um transplante de medula óssea autólogo (no qual são utilizadas as células-tronco do próprio paciente), porém avaliações médicas iniciais indicavam que o procedimento não havia sido suficientemente eficaz e talvez fosse necessário o transplante alogênico, que requer um doador compatível.
O estado de saúde atual de Fabíola, que se sente muito bem e já não faz uso de medicações, tem feito os médicos reavaliarem o quadro para confirmar a necessidade da operação. A paciente realiza exames e na próxima consulta, em setembro, deve receber o parecer dos profissionais. Caso precise de um doador, a probabilidade é de que seja o filho Mikael, cujos testes apontaram 50% de compatibilidade.
O doador 100% compatível seria o pai, no entanto a moradora não o conheceu. “Ainda estou procurando por ele”, comenta Fabíola, que compartilhou com o Giro de Gravataí, em dezembro de 2022, a busca por informações sobre o pai. A mãe dela, Elaine Salette Torres, faleceu há quase uma década. (acesse aqui a reportagem do ano passado)
Precisando ou não passar por um novo transplante, a paciente do Hospital Dom Vicente Scherer, do complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, está engajada em mobilizar mais pessoas a se tornarem doadores de medula óssea, visto que tantas vidas podem ser salvas a partir desse gesto. Ela compartilha com outras pessoas a própria experiência para enfatizar o quão importante é a doação. E a quem passa por situação semelhante, encoraja: “muita fé em Deus”.
Como se tornar doador de medula óssea?
O primeiro passo para quem deseja se tornar um doador voluntário de medula óssea é se dirigir a um hemocentro, onde fará um cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Na ocasião, será coletada uma amostra de sangue (10ml) para exame de tipagem HLA.
Para se tornar doador, há alguns requisitos: ter entre 18 e 35 anos de idade; estar em boas condições de saúde; apresentar documento de identificação oficial com foto; e não ter nenhuma doença que impeça a doação de medula óssea. As doenças impeditivas podem ser conferidas neste link. É importante manter o cadastro atualizado, o que pode ser feito pelo aplicativo Redome. A doação pode ser feita até os 60 anos de idade.
Alguns locais para cadastro de doadores
– Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul (Hemorgs), situado na Av. Bento Gonçalves, 3.722, no bairro Partenon, em Porto Alegre. Telefone: (51) 3336-6755.
– Hospital de Clínicas de Porto Alegre, situado na Rua São Manoel, 543, no bairro Rio Branco, na capital. Telefone: (51) 3359-8504
– Hospital Nossa Senhora da Conceição, situado na Av. Francisco Trein, 596, no bairro Cristo Redentor, em Porto Alegre. Telefone: (51) 3357-2139
Transplantes na Santa Casa
Dados fornecidos à reportagem pela Santa Casa de Porto Alegre indicam que de janeiro a junho deste ano, 330 transplantes foram realizados na instituição. Destes, 47 foram de medula autólogo e 16 alogênico. A maioria dos transplantes no Hospital Dom Vicente Scherer, nesse período, foi de rins com doador falecido: 146 procedimentos.
Em 2022, foram realizados 561 transplantes na Santa Casa, e em 2021, 446. Considerando todo o estado, foram 372 transplantes de órgãos em 2023, no primeiro semestre, e 595 no ano passado.
Fotos: Matheus Makoski