• Saúde
  • 7 de fevereiro de 2024

Médicos denunciam loja de materiais de construção que oferece serviço de telemedicina em Gravataí

Médicos denunciam loja de materiais de construção que oferece serviço de telemedicina em Gravataí
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Nesta quarta-feira (7/2), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, presidida pelo deputado Neri o Carteiro (PSDB), tratou do serviço de telemedicina denominado “Chama Doutor”, que está sendo oferecido em Gravataí por uma loja que vende materiais de construção, celulares e roupas. O atendimento é oferecido ao custo de R$ 19,90 por mês.

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O desvio do propósito da telemedicina alarmou médicos e entidades de classe, assim como a Defensoria Pública do Estado, que orientaram por ações imediatas de fiscalização e providências junto à Agência Nacional de Saúde, aos Conselhos Regional e Federal de Medicina, Vigilância Sanitária de Gravataí e Estadual, assim como ao Procon e à Polícia Civil. Outra demanda será encaminhada ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo, uma vez que foi lá a aprovação de funcionamento da empresa que oferece os serviços médicos online em Gravataí.

A iniciativa de tratar do assunto foi do deputado estadual Dr. Thiago Duarte (União), que acolheu a denúncia encaminhada pela Associação Médica de Gravataí. Ele aponta que o serviço oferece consultas online superficiais, atestados e receitas médicas ocorrem “em desacordo com o que deve ser o ato médico”. O parlamentar manifestou preocupação com o exercício ilegal de Medicina, com a repercussão na saúde das pessoas e com toda a questão médico legal. Alertou que se trata também de propaganda enganosa, o que deve ser investigado pelos órgãos de controle do exercício da Medicina.

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A médica psiquiatra Yara Helena Scheren Neto, presidente da Associação Médica de Gravataí, informou a respeito da “crescente oferta de atendimento médico abaixo do custo e de qualidade duvidosa no RS, veiculados na mídia eletrônica por planos de saúde com preços reduzidos, vendendo facilidades ao invés de promover saúde”. Explicou que o atestado médico é exclusivo do médico e do odontólogo de forma presencial, conforme regulamenta o Conselho Federal de Medicina.

A especialista discorreu ainda quanto a vigilância sobre o exercício legal da medicina no país e pediu urgência para a abordagem dessa situação que qualificou como “meio de enriquecimento fácil”, atendendo interesses econômicos. “O paciente quando busca cuidado médico está fragilizado e tem o direito de ser atendido pelos profissionais de saúde, e estes empresários inescrupulosos da saúde são insaciáveis em transformar produtos e facilitar vendas a qualquer custo”, afirmou.

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O médico Marcelo Leone explicou que recebeu mensagens vendendo o plano de saúde Chama Doutor e outros serviços após comprar um celular no estabelecimento. Também recebeu a oferta de atestados médicos online. Ele encaminhou o conteúdo para a Associação Médica de Gravataí, tendo em vista a sua gravidade e urgência de providências. O superintendente do Hospital Dom João Becker, Antônio Weston, também participou da audiência e antecipou apoio às iniciativas para apurar essa situação.

Tópicos em pauta na reunião

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A chefe do Núcleo da Defesa da Saúde, defensora pública Liliane Paz Deble, observou as questões jurídicas que estão em curso nesse procedimento, como o desvio do atendimento da telemedicina ou telesaúde, previsto em lei pela Organização Mundial da Saúde antes da pandemia: “quando o paciente corre risco de perder a vida pela falta de atendimento presencial poder-se-á dar de forma virtual”. Ela alertou que se trata de desvio do princípio da teleconsulta, que pressupõe a primeira consulta presencial e depois, por urgência, o médico faz a consulta online.

A defensora pública sugeriu que seja feita a representação junto à Agência Nacional de Saúde (ANS), que é o canal de fiscalização dos Planos de Saúde no país, assim como a fiscalização do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina.

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Outra ponderação foi encaminhada por Everton Borges, diretor executivo do Conselho Regional de Farmácia, a respeito da oferta de prescrição de medicamentos. Também participaram da audiência o Sindicato Médico do RS (Simers), a Associação Médica do RS e o Cremers. Todos reiteraram as premissas legais do exercício da profissão médica e as regulamentações pertinentes à telemedicina, bem como salientaram que as entidades, sempre que necessário, acionam Estado e Justiça para cessar a oferta desses serviços.

*Com informações da ALRS. Foto: Lucas Kloss

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