- Especial
- 24 de novembro de 2021
Marcada primeira audiência de pais adotivos acusados de abuso sexual e morte de criança em Gravataí
A 1ª Vara Criminal de Gravataí marcou para o próximo dia 30 a primeira audiência sobre a morte de uma criança de cinco anos, ocorrida no dia 21 de julho do ano passado. Os pais adotivos dela, que viviam com outras duas filhas no bairro Santa Cecília, em Gravataí, foram presos preventivamente, apontados pela polícia como autores do crime.
A menina estava na família há pelos menos cinco meses quando foi levada pelos pais no início da tarde até a Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro. Conforme eles, a menina brincava no dia anterior com as irmãs no pátio de casa quando caiu sobre um pedaço de madeira. Medicada em casa, ela só foi levada no outro dia para a unidade de saúde.
No local funcionários suspeitaram da incompatibilidade das informações dos pais com as lesões da criança em todo o corpo, incluindo na área genital. Segundo o testemunho dos agentes de saúde, ela chegou já sem vida à unidade. O caso passou então a ser investigado pela Delegacia da Mulher de Gravataí. No dia 02 de setembro os policiais cumpriram dois mandados de prisão preventiva contra os acusados.
A mãe adotiva, de 39 anos, foi presa na casa de familiares no município de Três Coroas – cidade que eles residiam antes de se mudarem para Gravataí. Já o companheiro, de 44, foi preso quando chegava em uma obra em Tramandaí, no Litoral Norte. Os dois negaram o crime e desde então seguem presos, aguardando julgamento.
Investigação revelou barbárie
Durante a investigação, na época coordenada pela delegada Karina Heineck, os policiais apuraram que os pais tinham a intenção de ficar com a guarda definitiva das três irmãs, incluindo a menina. As outras duas, mais velhas, foram ouvidas durante o inquérito e inicialmente confirmaram a versão de um acidente sofrido pela criança.
Com o tempo e já abrigadas, em proteção, começaram a revelar o que houve, confirmando uma rotina de trabalho pesado e castigos, com agressões físicas e verbais. Os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmaram que a vítima sofreu espancamento e morreu em decorrência de asfixia. Os peritos também atestaram que a menina sofreu violência sexual.
No final do ano o Ministério Público (MP) ofereceu denúncia contra o casal. Eles foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio qualificado, estupro e tortura. Nesta primeira audiência testemunhas e os dois réus são ouvidos no caso. Após isso a magistrada deverá se pronuncia os réus para que sejam levados ao Tribunal do Júri. O nome dos envolvidos não foi revelado.