Gravataí reduz em quase 50% o número de estupros em um ano

Gravataí reduz em quase 50% o número de estupros em um ano
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Delegado avalia que prisões impactaram na redução dos casos de estupro. Foto: Gabriel Siota Ganzer/Giro de Gravataí

No ano passado, Gravataí foi a segunda cidade gaúcha em uma das piores estatísticas, a do número de estupros. Entre janeiro e dezembro de 2018, foram registrados 77 casos no município, menos apenas que Porto Alegre. Contudo, este ano, a cidade conseguiu uma queda importante nos números. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), até o final de novembro, foram registrados 38 casos, no mesmo período, no ano anterior, a soma já chegava a 72.

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Mais do que uma redução em relação ao ano anterior, a estatística mostra um avanço histórico no combate a este tipo de crime. Em seu site, a SSP-RS apresenta os dados desde 2012, e em nenhum outro ano Gravataí apresentou um número inferior ao atual. A menor taxa de estupros na cidade, até agora, foi em 2013, quando 52 mulheres foram vítimas. Em 2016, o recorde negativo, 93 casos.

De acordo com o delegado Eduardo Amaral, titular da Delegacia de Homicídios e que está respondendo também pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Gravataí, um dos fatores que contribuiu no combate aos estupros está nas operações e prisões realizadas. “O trabalho da polícia de identificação e prisão desses agressores, e isto sendo publicado, de certa forma gera uma prevenção geral. E por conta disso, talvez, tenha ocorrido essa redução neste ano”, avalia o delegado.

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Delegado Eduardo do Amaral. Foto: Giro de Gravataí/Especial

Entre as prisões, Amaral destaca a de um homem que já havia sido indiciado anteriormente e atraia as vítimas se passando por um caça-talentos e propondo tirar fotos que seriam publicadas em revistas. Quando chegava ao local para o ensaio, o criminoso forçava o ato sexual usando de violência ou ameaçando as mulheres. O delegado ainda revela que o preso trabalhava como motorista de aplicativo, e utilizava o transporte para identificar as vítimas e aplicar a sua estratégia.

Agressor muitas vezes está no seio familiar

Outra operação importante foi a Indignus, em junho, quando dois homens foram presos, investigados por cometerem abusos sexuais contra pessoas da família. Um deles, tem 33 anos e foi investigado por abusar de dois dos seus três filhos. Na época, o delegado Eduardo Amaral revelou que a denúncia partiu da escola onde a filha mais velha estuda. O outro caso foi de um homem de 57 anos, que abusava da filha de 14 e do filho de 12. A situação chegou ao conhecimento da Polícia Civil por intermédio do Conselho Tutelar.

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Segundo Amaral, situações como a da Operação Indignus, não são exceção, pelo contrário. “Cerca de 90% desses crimes de violência sexual ocorrem no seio doméstico, o agressor normalmente é uma pessoa muito próxima, da família, um padrasto, um pai” afirmou.

“Muitas vezes é através do Conselho que nós tomamos conhecimento, eu coloco neste circuito também as escolas. Essas duas instituições têm um papel fundamental para colher as informações e trazer para a Polícia que é o órgão competente para fazer a apuração destes crimes”, analisou o delegado.

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Presos na Operação Indignus. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Amaral conta ainda que em alguns casos, a família acaba agindo de maneira a proteger o agressor. “Colocando, ainda em uma sociedade machista, que a responsabilidade é da própria menina. Desconfiando do depoimento da vítima ou confiando demasiadamente no argumento do agressor”, explicou, afirmando que esta é uma das dificuldades para que a informação chegue à polícia.

Desafios da DEAM

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pela DEAM para combater os crimes sexuais é o fato de que muitos casos não são registrados, já que muitas vezes as vítimas se sentem constrangidas e não procuram a Polícia para relatar os fatos. No entanto, Amaral explica que a Delegacia possui um atendimento com profissionais especializados para escutar os relatos e encaminhar as vítimas para a perícia.

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“Trabalhamos para que elas se sintam menos constrangidas, porque é um assunto que machuca muito. Então, tem que se criar todo um ambiente para que ela se sinta de certa forma confortável, que ela consiga falar deste trauma. Então, a gente prioriza muito o atendimento”, comentou o delegado.

 

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