Giro Colorado | Alerta para não “cruzeirar”; títulos não devem ser prioridades

Giro Colorado | Alerta para não “cruzeirar”; títulos não devem ser prioridades
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É preciso ter saúde financeira para não repetir o Cruzeiro. Foto: Ricardo Duarte/Inter

A demissão de 60 funcionários do Internacional nesta terça-feira (07), faz parte do plano de corte de gastos da direção do clube. Me incomoda ver trabalhadores perdendo seus empregos em meio a uma crise tão grave como a que vivemos no país. Mas não estou na diretoria, não sou responsável pelo planejamento. No entanto, me parece que é importante fazer cortes importantes na folha do time principal, maior despesa do clube, e entender as consequências disso.

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Em 2020, o Inter terminou o ano com o maior déficit da sua história, R$ 90 milhões. A situação financeira do clube está longe de ser confortável, e isso sempre assusta a médio e longo prazo. O presidente colorado, Alessandro Barcellos trabalha para reverter a situação, está correto. Creio que esta deve ser a prioridade máxima do Inter, sendo mais importante até do que ganhar títulos.

Pronto, tenho certeza que alguns até pararam de ler. Outros continuam comigo, mas torcendo o nariz. “O time de futebol não é banco”, “o mais importante é ser campeão”. Pois é, eu concordo. Mas não quero ser campeão uma vez. Quero ver o Inter conquistando títulos e chegando sempre, mesmo que para isso, tenha que esperar mais tempo para voltar a ver uma volta olímpica colorada.

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Sempre vale lembrar o Cruzeiro. O gigante mineiro investiu muito, ganhou títulos, se perdeu nas dívidas, foi rebaixado, não conseguiu subir e vive uma situação dramática. Temos que investir de maneira consciente, apostando no trabalho em longo prazo.

Ao longo da minha infância e adolescência, vi o Inter enfrentar momentos muito difíceis sem estrutura e sem dinheiro nos anos 90. O ápice desta crise talvez tenha sido no início de 2000, quando o recém eleito presidente Jarbas Lima chamou a imprensa para mostrar o cofre do clube vazio. Nos dois anos de mandato, divido com Fernando Miranda, o clube fez poucos investimentos. Para se ter uma ideia, nosso camisa 10 foi o Tim, meia vindo do Vila Nova. Foram duas temporadas sem títulos, três, se somarmos o ano anterior, quando também passamos em branco. Mas as contas começaram a ser equilibradas.

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Derrotado por Jarbas Lima nas eleições, Fernando Carvalho ganhou o pleito seguinte e assumiu o Colorado. Após um ano difícil, em 2002, o dirigente foi econômico em 2003. O clube apostou na base, Nilmar, Diego, Diogo foram lançados. Daniel Carvalho, Chiquinho, Cleiton Xavier, ganharam sequência. O treinador também foi uma aposta, Muricy Ramalho, vindo do Figueirense. Um teto salarial foi estabelecido.

Enquanto mantinha uma base, o clube vendia, pelo menos, um jogador por ano. Foi feito investimento em estrutura e na captação de sócios. Em campo, o time melhorava, jogadores pontuais eram contratados, sempre dentro do teto salarial. A hegemonia do Gauchão havia sido recuperada, mas sem outros títulos.

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O processo de reestruturação financeira do clube, iniciado por Jarbas Lima em 2000 e aprimorado por Fernando Carvalho em 2002, só foi dar resultado em 2006. Mas que baita resultado!! Se tu está lendo, tu é colorado, então, sabe do que eu estou falando. Mas o fundamental, não apenas fomos campeões da América e do Mundo naquele ano.

Com um clube estruturado, iniciamos um ciclo vitorioso, sendo o maior campeão daquela década. Pensar na época da bonança é fácil, mas ela só foi possível por um trabalho de anos de cuidado com as contas.

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Neste momento, não temos a capacidade de investimento de Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG e até do outro time da cidade. Temos que ter esta consciência. É claro que os resultados de campo, ajudam no caixa, mas não podemos fazer loucuras pelo campo. É hora de paciência e de colocar as contas em dia, para voltar a ter um clube estruturado e empilhar títulos novamente.

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