- Especial
- 15 de março de 2022
Depoimentos, laudos e dinâmica; cresce o mistério sobre casal desaparecido em Cachoeirinha
O misterioso sumiço do casal Rubens Heger e Marlene Heger Stafft, de Cachoeirinha, completa hoje 15 dias e a polícia ainda procura respostas. O homem de 85 anos e a esposa de 53 não são mais vistos desde o último dia 27 de fevereiro. Por causa do tempo sem nenhum tipo de pedido de resgate ou denúncias anônimas, a investigação já descarta o sequestro e agora se concentra para saber se os dois foram vítimas de um crime.
O registro de ocorrência foi feito no dia 2 de março, pelo filho de Rubens, quando ele foi visitar o pai e encontrou a casa com portas e janelas entreabertas, mas sem ninguém presente na residência. O carro do casal estava na garagem, com rádio ligado, além de objetos e alimentos expostos como se minutos antes estivessem em um dia comum, rotineiro. Entre roupas e objetos pessoais, a família só deu falta das carteiras e celulares dos dois.
Conforme apurou a reportagem do Giro de Gravataí, alguns laudos periciais, pedidos pela polícia, já estão em posse dos investigadores e poderão começar a ajudar na elucidação do mistério. Outros foram pedidos após diligências nos primeiros dias. Sem uma prova cabal, a polícia não descarta também que eles tenham sumido de forma voluntária, o que não configura crime. No entanto, familiares desacreditam da hipótese, já que Rubens sofre de enfisema pulmonar, utilizando frequentemente oxigênio, mas que foi deixado na residência juntamente com os remédios.
Depoimento intriga a polícia
Em depoimento, a filha do idoso, a última a vê-los, foi vista por imagens de câmeras de segurança no dia (02), quando segundo ela, foi buscá-los para passarem o feriado de Carnaval, em sua casa, em Canoas. Foi de sua residência que Rubens e Marlene desapareceram. Perguntada sobre a dinâmica dos fatos, ela relatou que deixou a sua casa na manhã do dia (02), quando passou mal e precisou ir buscar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Rio Branco, e quando voltou, não encontrou mais os dois.
O filho dela, que também foi visto pelas câmeras, deve prestar um novo depoimento nesta semana. A polícia, no entanto, não informou os detalhes que levaram ao cancelamento de sua oitiva. Um detalhe que aguça ainda mais a investigação é os poucos momentos de movimentação na casa durante as quatro horas de gravação. Em um certo horário uma movimentação é vista na garagem da casa, mas um colchão é colocado em frente ao veículo de Rubens, impossibilitando a visão.
Segundo a filha, ainda em depoimento, ela ajudava o pai com algumas mudanças e quinquilharias acumuladas na garagem. Vizinhos e outros parentes seguem sendo ouvidos, mas a vida pacata e as falta de informações sobre desavenças do simpático casal do bairro Carlos Wilkens colocam um ponto de interrogação no inquérito, que está praticamente na estaca zero.