- Especial
- 1 de setembro de 2021
Ao ser socorrida, Tamaris avisou que sua filha de sete anos estava dormindo, revela promotora
“Ao ser socorrida, à beira da morte, a vítima pediu para que buscassem no apartamento sua filha de sete anos, que ainda estava dormindo”, foi assim que promotora do Ministério Público de Gravataí, Aline Baldissera, concluiu sua denunciação contra Leandro Devaldo da Silva, de 38 anos, preso desde o último dia 03, quando ateou fogo na companheira, Aura Tamaris Mastella, também de 38 anos.
A filha estava em um dos cômodos que também passou a ser consumido pelas chamas. Os outros dois filhos de Tamaris já haviam conseguido escapar, desceram as escadas e permaneceram no pátio do condomínio até que foram encaminhados ao Hospital Dom João Becker, sem ferimentos, mas com suspeitas de inalação de fumaça.
Tamaris foi internada ao chegar no Hospital, e foi transferida para o Cristo Redentor, que possui especialistas em casos de queimaduras. Ela ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por mais de 20 dias, passou por quatro intervenções cirúrgicas para tratar 35% do corpo queimado. No dia 26 seu quadro de saúde seguia gravíssimo e uma infecção generalizada a levou a óbito.
Durante o tratamento, Tamaris ficou em coma induzido para suportar a dor das queimaduras, concentradas principalmente na região do rosto. Para a promotora, o crime foi praticado mediante motivo torpe, com emprego de meio cruel de execução e de recurso que dificultou a defesa da vítima. Indiciado pela Delegacia da Mulher de Gravataí, Leandro foi denunciado pelo MP por homicídio quadruplamente qualificado
Os três filhos
Como as chamas consumiram parte do apartamento que ela morava com os três filhos, eles passaram a residir na casa de parentes e contaram com a colaboração das pessoas para que pudessem recomeçar. Roupas e demais materiais foram doados, além de uma vaquinha criada para custear a reconstrução do local. Na conclusão, a promotora denunciou Leandro pela tripla tentativa de homicídio contra os três, com qualificadoras como; motivo torpe, emprego de fogo e de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Leandro segue detido desde o dia do crime, quando foi preso em flagrante por policiais militares. Ele também havia ficado ferido nas mãos. Desde o fato a reportagem do Giro de Gravataí busca o contato com a defesa de Leandro. Atualmente, segundo familiares, Tamaris trabalhava como motorista de aplicativos.