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- 16 de março de 2023
Estudante relata ter sido vítima de racismo em escola de Gravataí
Atualização, às 20h, 16/3:
Em nota enviada ao Giro de Gravataí, a diretora da Escola Carlos Bina, Délia Ramos, informa as medidas que foram tomadas pela instituição após o ocorrido:
“Na noite de ontem, tão logo aconteceu o ato infracional de racismo na turma 104, acolhemos a aluna Ana Carolina e registramos o fato no livro de atas da escola, em torno de 21h.
O aluno que cometeu o ato infracional é menor de idade e veio estudar na nossa escola no início do corrente ano letivo. Mediante o relato da aluna, ele foi chamado à Sala da Direção, onde esclarecemos acerca da gravidade da situação, bem como os desdobramentos da mesma.
A Direção tentou contato imediato com os responsáveis pelos dois alunos, no intuito de relatar os fatos e orientar providências cabíveis nos termos da legislação vigente. Porém, a mãe da aluna vítima de racismo não foi encontrada pelo número do celular indicado na ficha de matrícula, tendo a aluna levado uma convocação por escrito para que comparecesse à escola no dia seguinte.
A mãe do jovem agressor foi contatada e alegou não poder deslocar-se naquele momento até a escola.
Ambas estão sendo aguardadas pela Equipe Diretiva.
Foi determinado à professora do componente curricular Projeto de Vida que coordene um projeto específico com esta turma abordando a questão do racismo, causas e implicações na sociedade brasileira. Este assunto também é tratado em vários outros componentes curriculares.
A Escola Estadual Carlos Bina desenvolve inúmeros projetos de inclusão social, reconhecidos em todo o Rio Grande do Sul, e é veementemente contra toda e qualquer forma de discriminação.”
Reportagem publicada às 17h de 16/3:
A estudante Ana Carolina Barcelos Nunes, que cursa o 1° ano do Ensino Médio na Escola Estadual Carlos Bina, de Gravataí, alega ter enfrentado um episódio de racismo dentro da sala de aula, nesta quarta-feira (15/3). A jovem relata que a ofensa, que veio através de um colega de turma, foi reprovada pela direção do colégio.
Conforme a aluna, a professora havia pedido para que ela e outra colega recolhessem os livros didáticos. Ao atender à solicitação, Ana Carolina não se deu conta de que o número de livros estava incompleto e foi surpreendida pelo comportamento de um estudante, que se referiu a ela de forma ofensiva, dizendo: “tá faltando dois aqui, nega preta”.
“Como eu nunca havia falado com ele, por ser nova na escola, me senti muito mal, ofendida. Como não foi só eu que escutei aquilo, o caso foi parar na secretaria da escola, onde as professoras conversaram muito comigo e me confortaram até eu me acalmar do choque”, conta a adolescente.
A mãe da estudante, Eliane Barcelos Nunes, relata que pretende registrar um boletim de ocorrência (BO), pois, segundo ela, “muita gente deixa de lado e não dá importância, mas a pessoa que passa por isso fica com o emocional abalado e desestruturado”.
Segundo informações, a escola teria contatado os pais dos envolvidos para uma reunião nesta quinta-feira (16) para explicar a situação e informar quais medidas eles pretendem tomar. O Giro de Gravataí procurou a escola para falar sobre o ocorrido, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.