Servidora da Prefeitura e outras três pessoas são indiciadas por venda de túmulos em cemitério de Gravataí

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Foto: Giro de Gravataí/Especial

A 1º Delegacia de Polícia Civil de Gravataí indiciou, nesta quinta-feira (12), quatro pessoas envolvidas em um esquema de venda de túmulos no Cemitério Municipal de Gravataí, e que foi revelada com exclusividade pelo reportagem do Giro de Gravataí em janeiro de 2020.

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Uma servidora pública da Prefeitura, que atuava como fiscal, e outras três pessoas, empregadas da empresa Mecanicapina – responsável pela manutenção do campo-santo, foram indiciadas pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema e associação criminosa. A investigação da polícia, que durou 11 meses, revelou um esquema lucrativo que teria arrecadado mais de R$ 150 mil reais.

Pessoas enterradas tinham seus ossos retirados do túmulo e descartados, afim de limpar o local para um novo negócio 

Ao chegar no Cemitério para enterrar um ente, as vítimas eram abordadas pelos suspeitos do esquema, que ofereciam os jazigos que estariam disponíveis para o arrendamento, custando entre cinco e seis mil reais. Sem saber que não haviam mais espaços para a criação de novos túmulos, as vítimas chegavam a fechar negócio.

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Os golpistas realizavam todo o trâmite para um sepultamento, incluindo o cadastro com dados falsos no sistema, gerando também um título de concessão, emitido de forma eletrônica. Com o envolvimento de um dos encarregados pela manutenção do cemitério, túmulos antigos ou que não recebiam mais visitas de parentes eram limpos, tinham os ossos das pessoas removidos e ficavam à disposição para a nova família.

No entanto, a forma de pagamento não havia sido pensada pelos golpistas. Eram em contas físicas que os novos proprietários dos jazigos realizavam os depósitos. Foi assim que um deles, ao perceber que o pagamento das taxas, que pela Prefeitura é feito através de boletos e não de depósitos, desconfiou que tratava-se de um golpe, e denunciou.

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Foto: Giro de Gravataí/Especial

Durante a investigação, a polícia descobriu que mais de 40 pessoas haviam caído no golpe. O resultado eram duas ou até três famílias visitando os mesmos túmulos. A polícia também apurou que jazigos chegaram a ser construídos em cima de lotes, afim de criar novas oportunidades de vendas.

Conforme o delegado Márcio Zachello, responsável pela investigação, a fiscal e os três funcionários da empresa terceirizada prestaram depoimento, mas preferiram o silêncio. Além disso, durante as investigações a sede do cemitério foi alvo de um incêndio. Laudos do Instituto-Geral de Perícias apontaram que as causas para o sinistro haviam sido de caráter termoelétrico, entretanto o delegado não descarta que o incêndio tenha sido criminoso, já que diversos documentos no local poderiam atestar a fraude.

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Os envolvidos 

Ainda na época durante a investigação, o secretário municipal de Serviços Urbanos, Paulo Garcia, confirmou à reportagem que ao saber das denúncias afastou a fiscal, que permaneceria longe das funções até a conclusão do Procedimento Administrativo Disciplinar (Pad) e da investigação da Polícia Civil.

Também durante as investigações, a Mecanicapina, através do gerente Juliano Soares, informou que a empresa colaborava com as investigações e que um dos funcionários apontados como um dos cabeças do esquema já havia se desligado da empresa, mas por motivos particulares.

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“O funcionário pediu as contas no mês de abril, mas nada relacionado a este fato. Não estava de acordo com a política da empresa e foi embora. Referente às vendas, ficamos sabendo e estamos à disposição da polícia. A Mecanicapina tem o interesse de esclarecer estes fatos, e estamos em total colaboração, igualmente com a Prefeitura”, disse Juliano.

A Polícia Civil também pediu à justiça que os quatro indiciados fiquem proibidos de frequentar os locais alvos da ação para evitar prejuízos ao processo criminal. O nome do quarteto não foi revelado pela polícia. A reportagem do Giro de Gravataí optou por não divulgar os nomes dos investigados até o contraponto a ser pedido aos advogados de defesa.

 

 

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