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- 19 de janeiro de 2020
Venenos de vespa e de escorpião podem ajudar no tratamento contra a tuberculose
Uma pesquisa brasileira pode criar alternativas de tratamento para a tuberculose, utilizando venenos de vespa e de escorpião. De acordo com o estudo que está sendo realizado na Universidade Federal de Goiás, os dois venenos contém pedados de proteína, chamados de peptídeos, que têm ação antimicrobiana.
Esses peptídeos protegem vespas e escorpiões de contágios, porque se fixam na parede das bactérias e não permitem que haja troca de nutrientes com o meio externo e, assim, provocam a morte das bactérias. Os cientistas da UFG conseguiram modificar a proteína, aplicar em testes com camundongos para verificar o efeito sobre diversas doenças. Eles colheram bons resultados contra a tuberculose.
“Não tem como a bactéria montar um mecanismo de resistência”, assinala Ana Paula Junqueira Kipnis, coordenadora do projeto. Segundo sua comparação, os outros antibióticos “têm que entrar na bactéria, interferir com enzimas no metabolismo para conseguir matá-la. A bactéria, no entanto, cria mecanismos para impedir a ação desses fármacos, jogando a droga para fora ou produzindo enzimas que quebram o remédio.”
Os cientistas da UFG também descobriram que as substâncias contidas no veneno da vespa servem para tratar pessoas infectadas com superbactérias, como aquelas adquiridas em unidades de terapia intensiva em hospitais. De acordo com Ana Paula Junqueira Kipnis, essa é a primeira vez no mundo que se faz pesquisa com o veneno de vespa para desenvolvimento desse tipo de fármaco.
*Com informações da Agência Brasil.