Trio executado em Gravataí não tinha ligação com o tráfico, aponta investigação

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A madrugada foi longa para os vizinhos, amigos e parentes que acompanharam, desde os primeiros atendimentos até a remoção dos corpos do trio executado a tiros no início da madrugada de segunda-feira (28) no Beco do América, em Gravataí. Era visível a comoção e revolta dos populares, alertando também a polícia de que as vítimas não teriam nenhuma relação com o tráfico de drogas na região.

“Quando a vítima tem envolvimento, não gera tanta comoção. Quando é uma vítima que não tinha relação, que foi morta por engano, é notório o volume de pessoas no entorno do local. É visível o choque deles. Neste acaso dá pra perceber que eles realmente não eram envolvidos só com esta análise, mas a investigação deverá confirmar”, disse o delegado Eduardo do Amaral, titular da Delegacia de Homicídios de Gravataí.

A dinâmica

Gustavo Costa Oliveira, de 14 anos, Cristiano Nascimento da Silva, de 19 anos, e Jair de Moraes Feijó, de 31 anos estavam em frente a residência de um deles esperando a tele-entrega de um lanche quando um veículo, ainda não identificado, teria entrado no Beco. Próximo do final, aonde as vítimas estavam, o veículo retornou e perguntou sobre um homem.

Conforme a investigação, os ocupantes teriam obrigado as vítimas a deitarem no chão, momento em que foram alvejados por diversos disparos, que ainda conforme a polícia, teria sido feitos por pelo menos três homens, e que estariam armados com pistolas 9mm e uma arma longa, possivelmente um fuzil 5.56.

Investigadores trabalham agora com a informação de que o alvo dos atiradores seria um traficante, recém saído do sistema prisional, e que comandava a venda de entorpecentes na região. Buscas estão sendo feitas para identificar também os responsáveis pela morte do trio.

“A investigação segue com a linha de uma disputa entre facções, mas reforça que o trio morto não tinha ligação com o tráfico. Agora é buscar esse possível alvo para que ele possa auxiliar nas investigações”, destacou o delegado.

“Provavelmente eles acharam que as vítimas estariam traficando ali, e como não encontraram o alvo, acabaram executando eles. O alvo do bando, a princípio já está identificado, saiu recentemente da cadeia. Se estivesse preso, trancado, certamente isso não teria acontecido”, contou um investigador, que por questões de segurança preferiu não se identificar.

A Delegacia de Homicídios de Gravataí informa que denúncias anônimas podem ser feitas pelos telefones (51) 3945-2741 ou através do WhatsApp (51) 986088876.

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