Sete meses depois, predador sexual que retirou corpo de cemitério em Gravataí segue à solta

Sete meses depois, predador sexual que retirou corpo de cemitério em Gravataí segue à solta
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Cova rasa facilitou a retirada do corpo de Soraia, que em seguida foi arrastada até um matagal que cerca o Cemitério do Rincão. Foto: Polícia Civil/RS

Completando sete meses hoje (10), desde o enterro de Soraia de Araújo Veras, de 49 anos, que teve seu corpo retirado de dentro do caixão, no Cemitério Municipal do Rincão, e que foi vítima de necrofilia (uso de um cadáver como objeto sexual), o caso segue sem elucidação. A Polícia Civil de Gravataí esgotou praticamente todos os meios de apuração, após a oitiva de diversas pessoas, além da análise de documentos, levantamento da vida e rotina da vítima e de familiares, diligências e laudos que chegavam do Instituto Geral de Perícias (IGP). Mesmo assim, o caso segue em aberto, sem suspeitos.

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Era manhã de segunda-feira, um dia depois do enterro, quando familiares, avisados por um denunciante anônimo, retornaram ao cemitério para averiguar a informação de que o corpo de Soraia havia sido encontrado fora do caixão. Pensando em diferentes hipóteses, até mesmo de uma possível ressuscitação da irmã, os familiares chegaram e constataram a sepultura em que ela havia sido enterrada, violada.

Policiais da Delegacia de Homicídios também havia sido acionados. Foto: Giro de Gravataí/Especial

O caixão quebrado também apontava que algo de anormal havia ocorrido. No corredor, formado pelos lotes do cemitério, no qual as sepulturas são na verdade uma linha de tijolos e cerca de 20 centímetros de terra por cima do caixão, que ficam enterrados quase rentes ao solo, eles avistaram as peças de roupa de Soraia.

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Há metros, em uma clareira no matagal que cerca o cemitério, encontraram o corpo da mulher, completamente nua. Inconformados, e assustados, até entenderem que a vítima não havia ressuscitado, conforme imaginou Jaqueline Veras, confrontaram os trabalhadores da empresa terceirizada da prefeitura, responsável pela manutenção do cemitério.

Incansável foi a investigação

Desde a descoberta do caso, policiais da 1ª Delegacia de Polícia de Gravataí trabalharam em diferentes hipóteses, ouviram mais de 20 testemunhas, entre funcionários e familiares, investigaram parentes e qualquer outra informação sobre o caso, mas sem sucesso. Ocorrências registradas pela Guarda Municipal e Brigada Militar (BM) também eram informadas aos investigadores, mas nenhum chegou à autoria do crime, considerado atroz.

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Aposentada por invalidez devido a Síndrome de Raynaud, e com esclerose sistêmica, Soraia tinha apenas 40% da capacidade de um pulmão para respirar e viveu os últimos meses entre tratamentos e internações no hospital. Mesmo assim, policiais foram a fundo para saber se Soraia se relacionava com alguém, já que era mãe de uma menina de 9 anos, com paralisia cerebral, e que também acabou falecendo meses depois do caso.

A polícia também encaminhou nove pessoas para a coleta de material genético. Na época, o delegado Márcio Zachello, responsável pela investigação, explicou que execução era uma forma de descartar possibilidades e não acreditava que eles pudessem ser os responsáveis, já que todos se propuserem a fornecer o material, que depois foi confrontado com o Banco de Perfis Genéticos do RS para saber se o criminoso sexual já possuía histórico policial. Além disso, todos os funcionários que trabalham entre o domingo e a segunda do crime foram novamente ouvidos, mas não apontaram nada de diferente na rotina do cemitério.

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Vestimentas da vítima foram sendo dispensadas no meio do caminho. Foto: Giro de Gravataí/Especial

Crime perverso

O crime chocou o Rio Grande do Sul, sendo destaque em jornais do Brasil inteiro. Até mesmo policiais experientes atestaram estarem diante de um caso macabro. A suspeita de um crime relacionado à rituais religiosos também foi levantada, mas descartada no decorrer das investigação.

Cerca de um mês depois do crime, o material genético coletado pelo IGP no corpo de Soraia atestou positivo. Além de ser desenterrada, retirada do caixão e arrastada para o mato, a vítima foi violentada e sofreu penetração vaginal e anal, conforme consta o laudo da perícia. Ainda de acordo com o delegado Zachello, o conteúdo encontrado em seu corpo ficará também em anexo no Banco de Perfis, esperando para confrontar com todo e qualquer pessoa que seja presa por crimes de cunho sexual.

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Extra

A família suspeita que o crime já tenha ocorrido outras vezes, já que segundo a pessoa que ligou anonimamente informando sobre o corpo de Soraia, pediu brevidade dos familiares já que planejavam enterrá-la novamente para acobertar o caso.

Dois dias depois, Soraia recebeu um novo enterro, reservado aos familiares, mas que ocorreu no Cemitério Central.

A Polícia Civil esgotou todos os tipos de apuração no inquérito, que segue em aberto. A identidade da pessoa que fez a denúncia anônima à família também não foi esclarecida pela polícia.

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