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- 27 de maio de 2020
Roquistas #7 | A cena musical de Gravataí entre 2010 e 2014 foi histórica
Chego hoje para falar um pouco de um cenário talvez um pouco distante, bandas surgiam a todo momento e os shows nacionais eram constantes em Gravataí. Tudo começou em 2010, um local onde jovens de todas as idades se reuniam para conversar, dançar e principalmente, curtir muita música de qualidade. Ficava ali em frente ao Parcão Municipal, a famosa Chopperia que certamente fez parte da vida de quem hoje tem entre 25 e 30 anos na cidade.
Naqueles anos surgiam em Gravataí bandas de jovens e sonhadores que tinham algo em comum: o amor pela música e o sonho de viver dela. Pensando nisso surgiu a Mistura Up, misturando esses garotos e garotas com nomes já conhecidos nacionalmente.
Lembro dos meus amigos da banda Naked: Crys, Nilton, Yuri e o Cachaça(Rafael). Esses caras me fizeram conviver com o que era uma banda de rock, desde frequentar ensaios até poder curtir um show “na faixa” e também saber que nem sempre uma amizade segura uma banda. Existem idas e vindas de integrantes, vocalista que muda, guitarrista que sai e volta. Também a banda Luvit com Igor Terra, Toba (Lucas), Vitinho e Bitelo e que hoje com outro nome (Coelho de Fukushima) e apenas com o Terra e Lucas além de outros amigos, segue na ativa.
Foi um cenário que tinha muito talento e talvez tenha faltado a oportunidade de dar um salto, já que música sabem fazer. A época, esse nosso cenário, pelo menos o meu, um rapaz latino-americano e sem dinheiro no banco, era dominado pela forte influência de bandas nacionais, das pequenas até as que dominavam os clipes da MTV Brasil. E não é que Gravataí teve grandes shows desses caras? Tudo isso graças a Mistura Up.
Lembro de um show da Tópaz, grupo de Cachoeirinha que estava já fazendo sucesso e pequenos shows em Porto Alegre, quando vieram pra Gravataí já haviam tocado na Atlântida (isso era e continua sendo o máximo). Os caras lotaram aquele pequeno espaço em frente ao Parcão para uma noite muito f***, depois ainda na Chopperia vieram Glória e Esteban Tavares (então baixista da Fresno).
Depois que foi criada a UP House e lá o primeiro show foi do Strike, quando eles já faziam sucesso nacional e ainda a Fresno em uma noite memorável para aqueles rapazes que sonhavam em ser rock stars. Depois vieram outras tantas, mas daí já não era tão jovem, logo o cenário mudou e a UP House se transformou em casa de festas, o público mudou junto até o encerramento da casa.
Porém, ainda assim, foram grandes momentos, anos que com certeza vão ficar marcados para sempre na minha vida. Agora com locais como o Bar do Lado, tenho certeza que muitos jovens vão poder viver momentos assim. O que já passou não volta mais, no entanto novas gerações de talento estão surgindo em Gravataí.