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- 4 de julho de 2020
Roquistas #13 | Isolamento social atingiu em cheio aqueles que trabalham nos bastidores da música
No dia 8 de março, Seu Jorge e Daniel Jobim mostraram seus talentos no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. Enquanto os dois brilhavam no palco, outros profissionais trabalhavam nos bastidores para que tudo corresse bem. Entre eles, estava Elias Mendes, de 34 anos. Poucos dias depois, o produtor técnico teria compromisso em Bento Gonçalves, iria trabalhar Wine Jazz Festival, mas o evento foi cancelado por conta da pandemia do coronavírus.
Assim como diversos profissionais do entretenimento, que ralam nos bastidores, trabalhando com iluminação, som, limpeza, entre outros, o produtor técnico, que também atua como roadie da Ultramen viu sua agenda profissional ser cancelada. Sem poder exercer a sua profissão, precisou buscar alternativas.
“Após os cancelamentos dos eventos, fui buscando outras maneiras de fazer um caixa. Já que as reservas se foram, encaminhei o auxílio emergencial o qual obtive aprovação”, revelou. “A Impacto Vento Norte ajudou com duas parcelas de R$300,00 para os Free Lancers, o produtor Thiago Picolli e o Ajude A Graxa RS, fizeram campanhas com doação de cestas básica”, completou.
Elias revelou ainda que recebeu ajuda de um músico com quem trabalha e segue batalhando. “Tenho dado aulas de violão e guitarra, feito Lives no meu perfil do Instagram com profissionais da área técnica e músicos, estou desenvolvendo comidas congeladas e procurando emprego”, comentou.
Natural de São Borja, Elias é guitarrista, e viu seu interesse pela música nascer vendo vídeos em VHS de shows de bandas de heavy metal como Black Sabbath e Kiss. “Fiquei interessado em saber como faziam para montar toda aquela estrutura”.
Ainda adolescente, morando em Santa Maria, ele tocava em uma banda, Brisocks, e teve seu primeiro contato com a área técnica. “Mas comecei a trabalhar mesmo na área quando voltei a Porto Alegre, no ano de 2008 trabalhei com diversas bandas de pagode, como o Pura Cadência, depois comecei a trabalhar com empresas de sonorização na montagem do sistema”, contou.
Além do trabalho com a Ultraman, ele também atua como auxiliar técnico em empresas de sonorização como a Impacto Vento Norte e Plug, e como produtor técnico e diretor de palco de diversos festivais, como a temporada de inverno de Canela, Poa Jazz e BB Seguridade de Blues & Jazz. Mas, com a interrupção do trabalho, a situação ficou difícil. “A grana na verdade sumiu. Este ano estava com uma expectativa de crescimento no setor, infelizmente a pandemia afetou diretamente”, lamenta.
Depois de mais de 100 dias sem poder trabalhar, Elias tem novamente um compromisso marcado. Vai ser no dia 11, o show da Ultramen, no Poa Drive-In Show.
É para auxiliar profissionais do entretenimento que vai acontecer o Primeiro Live Rock Festival, nos dias 12 e 13 de julho. São muitas histórias, muitas famílias, muitas pessoas que trabalham para levar música para todos e que tiveram projetos interrompidos pela pandemia. Além das empresas que estão contribuindo para o festival, qualquer um pode ajudar, doando para a vaquinha virtual.
