Rodrigo Westeuser: Turismo em Gravataí? Como assim?

Rodrigo Westeuser: Turismo em Gravataí? Como assim?
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Capela Santa Cruz, no Centro de Gravataí | Foto: Rodrigo Westeuser

Depois de um certo tempo afastado das colaborações para o Giro de Gravataí por motivos primordialmente acadêmicos e profissionais, retorno ao espaço com muito “tesão” e alegria e trago uma provocação para os meus amigos de Gravataí, para os entes governamentais que duvido que chegarão a ler essa coluna e também, e principalmente, para a diminuta plateia que tiver a paciência e a perseverança de ler essa pequena coluna até o final.

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Alguém aqui já deve ter passado, em algum momento, pela clássica situação onde recebemos aquelas visitas em casa que vêm para passar o final de ano, as férias, e ao sermos questionados sobre o que há de opções de lazer em Gravataí, ficamos constrangidos, sem saber muito bem o que responder. Temos o shopping, que já quase deixou de existir por uma ziquezira administrativa, os restaurantes da 79, o Parcão no domingo à tardinha, muitos “bailões” na “faixa” para quem gosta de arrastar o pé. Mas, e quando falamos de Turismo na cidade, de atrair pessoas do entorno, o que temos para mostrar?

Qualquer cidade, em tese, poderia e deveria trabalhar o Turismo como uma política pública, senão como uma forma de atrair visitantes e por consequência, atrair dinheiro, mas em última instância para que a sua própria população conheça o seu passado, possa se orgulhar da história de seus antepassados e principalmente para que essa população tenha sentimento de PERTENCIMENTO, se sinta parte importante desse grupo social. Para que uma cidade consiga atrair visitantes, se faz necessário desenvolver uma política pública que resgate e valorize a história da região, que faça um diagnóstico para conhecer as potencialidades, que recupere os patrimônios artísticos e históricos, que valorize a cultura dos sujeitos locais e que saiba explorar comercialmente sem descaracterizar os patrimônios culturais, naturais e artísticos para que eles virem um “produto para vender”. O mais importante nesse processo todo é a tentar, ao máximo, manter a “autenticidade” do lugar.

Gravataí passa muito longe disso e pelo que posso perceber não tem nenhuma intenção de mudar essa realidade. Como alguns sabem, sou Bacharel em Turismo pela PUCRS e mestrando em Processos e Manifestações Culturais pela FEEVALE. E por esse motivo, resolvi fazer uma série de colunas retratando a situação em que se encontram nossos “pontos turísticos” e alguns locais de interesse cultural e histórico da nossa cidade.

Hoje, para a estreia, vamos conhecer a Capela Santa Cruz, que fica na rua Otávio Chiavaro, nº 40, no Centro, a rua que fica ao lado do Centro Clínico.

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Construída para abrigar uma cruz de grande valor simbólico, a capela foi erguida pelas mãos dos índios e era local de adoração e preces dos habitantes do povoado de Gravataí. Em 1909 a capela estava em ruínas, e com donativos angariados pela comunidade foi iniciada a sua reconstrução, concluída em 1944. Consta como a primeira capela (ou igreja) edificada em Gravataí.

Na sexta-feira, dia 25 de agosto pela manhã, entrei em contato com a Paróquia Nossa Senhora dos Anjos e fui informado de que a Capela é responsabilidade da diocese de Gravataí e que em algum dia da semana acontece um encontro lá para que um grupo reze o terço, porém me pediram para falar com o Sr. Moacir, que fica responsável pela capela. Me passaram o telefone dele, liguei. Para minha surpresa, o responsável encontra-se viajando e retorna dentro de uma semana e ninguém soube me dizer se a capela é aberta para visitação, em quais dias, nem horários. Aguardarei, portanto, o retorno do Sr. Moacir para terras gravatahyenses e farei contato novamente para registrar também o interior da capela.

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Deixo com os leitores um registro fotográfico feito na sexta-feira (25) do exterior da capelinha. Note que as telhas ainda são as ditas “feitas nas coxas”, onde os índios utilizavam as pernas como molde para o formato, gerando assim telhas com formatos diversos, fazendo surgir a expressão clássica “feito nas coxas”, que designa algo feito sem esmero, sem padrão.

Lamentavelmente, temos aqui mais um importante patrimônio histórico-cultural edificado de Gravataí que corre sérios riscos de desaparecer e inacessível à população.

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