- Especial
- 23 de novembro de 2021
Quatro anos depois, morte de pintor em Gravataí ainda é um mistério
Era início da noite de segunda-feira (13) quando moradores do bairro Monte Belo ouviram exatos três tiros. Naquele ano, 2017, os índices de violência havia disparado em Gravataí deixando a cidade marcada por confrontos e execuções. Dois meses antes a cidade atingiu o seu pico histórico da criminalidade, quando nove pessoas foram executadas durante o final de semana.
A situação desencadeou uma série de respostas por parte do poder público, criando até mesmo uma força-tarefa que atuou na cidade para coibir as ações de facções e reforçar as investigações aos crimes que já estavam consumados.
Com isso, moradores da Rua Orlando Carlos, ao ouvirem os disparos, já imaginavam que ali se fazia mais uma vítima da guerra sangrenta entre organizações criminosas. No entanto, em poucos minutos os moradores iam surgindo nos portões de casa, ainda assustados, e avistando a movimentação policial na residência de um morador conhecido no bairro, o pintor Luiz Gustavo Garcia Gavião, de 58 anos.
Conforme a ocorrência da Brigada Militar (BM) na época, os policiais foram chamados após um ataque a tiros na residência, confirmando a morte do proprietário. Durante a investigação a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí apurou que um rapaz havia chamado Luiz Gustavo pelo nome, que ao se dirigir até portão foi alvejado pelos tiros.
Conforme o relato de testemunhas na época, Gavião era conhecido no bairro e não possuía desavenças com vizinhos. Também era contratado na região para os serviços de pinturas em casas e edificações, sendo considerado um homem tranquilo e amigável.
Inicialmente a principal hipótese era que o crime tivesse cunho passional, envolvendo algum relacionamento amoroso, versão que foi descartada meses depois após a polícia obter informações que não condiziam com o que era apurado. Ainda segundo os investigadores, um homem passou a ser investigado como suspeito do crime.
Naquela época a polícia trabalhava com informações de testemunhas, que informavam que além do atirador, pelo menos outra pessoa em um veículo dava cobertura a ele. Após meses de investigação, o suspeito, que era considerada a única pista dos policiais, foi descartado da lista, retornando com o caso à estaca zero.
Com o passar dos anos as provas ou informações sobre as motivações para o crime ficaram ainda mais escassas. O caso de Gavião segue em aberto na Delegacia, aguardando por algum detalhe que leve os policiais até os responsáveis. Conforme apurou a reportagem do Giro de Gravataí, a polícia acredita que o crime tenha sido encomendado, mas as circunstâncias ainda são desconhecidas.
Você sabe algo?
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gravataí segue recebendo informações sobre o caso. A denúncia pode ser feita de forma anônima pelo telefone 0800 642 0121.