- Especial
- 5 de setembro de 2022
Quase três anos depois, caso de mulher vítima de necrofilia em Gravataí segue sem autoria
Prestes a completar três anos, o caso da mulher que teve o túmulo violado e foi vítima de necrofilia em um cemitério de Gravataí segue sem respostas. O crime chocou a cidade em novembro de 2019 e ganhou repercussão nacional. Soraia de Araújo Veras, de 49 anos, faleceu de uma doença degenerativa.
Cerca de 24 horas depois do enterro, familiares foram informados através de uma ligação anônima de que a vítima havia sido removida de seu túmulo, levada até uma área de mata e abusada sexualmente. Desde então a família busca superar o trauma vivido, já que a filha de Soraya, que também sofria de uma doença, acabou falecendo pouco tempo depois.
A menina chegou a ficar internada, mas não resistiu. Para a família a morte da mãe foi sentida por ela, que dependia de cuidados especiais. Conforme a investigação da época, coordenada pelo delegado Márcio Zachello, mais de 30 pessoas foram ouvidas durante o curso do caso.
Por conta da ligação que recebera a família informando que algo tinha ocorrido, a polícia ouviu cerca de 15 funcionários da empresa Mecanicapina – terceirizada responsável pela manutenção do Cemitério do Rincão, local do crime. Além disso, parentes da vítima foram investigados, mas nada de revelante foi identificado.
A polícia também se concentrou em buscar por registros de casos semelhantes na região e o cruzamento de informações através do material genético do criminoso, deixado na vítima. Nenhum suspeito foi identificado. Soraya foi novamente enterrada, mas dois dias depois, no Cemitério Central.
Uma ação também foi movida pelos familiares contra a empresa Mecanicapina e a o município. A reportagem do Giro de Gravataí conversou com a irmã da vítima, Jaqueline Veras, que busca amenizar o sofrimento. “Não sabíamos se era o certo mas como não faziam nada pelo cemitério e nem por nós decidimos ir em frente”, explica ela sobre o processo indenizatório contra as partes.
Consequências do crime na família
Jaqueline também informou que seu marido sofre de estresse pós-traumático até hoje, o que impossibilita que ele siga trabalhando. Além dele, a filha do casal, que era muito ligada à tia, foi diagnosticada com síndrome Borderline e já foi internada em clínica de tratamento psiquiátrico após tentar tirar a própria vida.
“Minha irmã era uma boa pessoa nunca fez mal pra ninguém vivia só pra filha que tinha paralisia cerebral”, reflete ao tentar entender quem poderia ter feito algo tão cruel com uma pessoa que era fragilizada por ter uma doença degenerativa e ainda dedicar-se tanto à filha.