Projeto em Gravataí busca confeccionar e distribuir absorventes para adolescentes e mulheres que vivem em vulnerabilidade

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Foto: Sindilojas Gravataí/Divulgação

O presidente do Sindilojas Gravataí, José Rosa, se reuniu na manhã da última sexta-feira (21) com as integrantes do Sindimulher e a equipe responsável pelo Projeto Ester para discutir sobre a primeira proposta de modelo de absorventes. O encontro teve por objetivo apresentar o projeto de confecção artesanal, os tipos de tecidos adequados e distribuição de absorventes em tecido para mulheres jovens que vivem em vulnerabilidade social.

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Na ocasião, foi apresentado o Projeto com dados e informações relevantes aos participantes da reunião. A ideia do Projeto Ester é para atender meninas e adolescentes. Na ocasião, foram apresentados os tecidos e modelos de absorventes para serem confeccionados e doados. “Queremos fazer uma ação educativa e de conscientização quanto ao custo benefício do material para manter a higienização adequada”.

O Projeto selecionará o cadastro de 200 mulheres, entre 16 e 35 anos, para serem contempladas com os primeiros absorventes de tecido desenvolvidos pelo Ester. As usuárias da primeira proposta de modelo do absorvente participarão de uma pesquisa para levantamento de dados sobre a adaptação.

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Os absorventes de tecidos, de acordo com a coordenadora do Projeto Ester, Mara Pacheco, são uma opção ecologicamente correta, pois o absorvente higiênico descartável, demora até 500 anos para se decompor, o que traz um impacto ambiental crescente. O Projeto fará utilização de retalhos de tecidos, descartados por confecções de roupas, para utilizar na parte do absorvente que não entrará em contato com o corpo. Desde modo, o Ester visa a redução do impacto ambiental.

Foto: Sindilojas Gravataí/Divulgação

A ideia, conforme Mara Pacheco, é promover maior qualidade de saúde e higiene durante o período menstrual de mulheres que vivem em vulnerabilidade social. Toda e qualquer colaboração é de fundamental importância na manutenção e validação do propósito do Projeto Ester- Somos Todas Irmãs- Banco de Absorventes: o combate à Pobreza Menstrual.

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Do Projeto Ester, participaram a coordenadora Mara Pacheco, a coordenadora da Comissão da mulher do Conselho Municipal da Saúde, Eliane Rodrigues do Amaral e a artesã e Influencer Digital, Daniele Salvador. O convidado especial foi Dr. Marcelo Leone que está entre os principais patrocinadores do Projeto. O Sindilojas Gravataí é parceiro e apoiador do mesmo, com a disponibilidade de mão de obra, para a confecção destes primeiros 400 absorventes. A ideia, de acordo com Mara, é firmar novas parcerias e criar um banco de dados de doadores.

O médico ginecologista, Dr. Marcelo Laone, apresentou a história do absorvente e como surgiu. Confira:

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No Ocidente, da primeira Revolução Industrial (fim do século XVIII) até a década de 60 do século XX, pequenos pedaços de tecido dobrados eram utilizados pelas mulheres para absorver o fluxo menstrual. As chamadas toalhas higiênicas eram costuradas pelas próprias usuárias e, após o uso, lavadas e reutilizadas.

Foto: Sindilojas Gravataí/Divulgação

O primeiro absorvente descartável chegou ao Brasil em 1930, mas foi na década de 50 que começou a se popularizar. Representando maior conforto e praticidade, a novidade foi estampada em várias propagandas relacionando as mulheres que usavam os absorventes à ideia de modernidade.

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Hoje, as mulheres contam com diversos absorventes descartáveis industrializados, que atendem várias necessidades (protetor diário, noturno, pós-parto, entre outros) e preferências das consumidoras (com abas, sem abas, ultrafinos, etc). É um produto que faz presente na rotina da maior parte do público feminino.

Estima-se que a mulher faz uso de cerca de dez absorventes descartáveis em cada ciclo menstrual, e de dez mil a 15 mil da puberdade até a menopausa. Como no Brasil não existe reciclagem para esse tipo de resíduo, esses absorventes acabam indo parar em lixões e aterros sanitários, causando um problema ambiental.

É importante ressaltar que, em alguns lugares do mundo, há mulheres que não têm acesso aos absorventes menstruais, seja por habitarem localidades isoladas e distantes de cidades (como regiões áreas rurais), e/ou por não poderem pagar por eles, e, em consequência disso, acabam deixando de ir à escola ou ao trabalho no período menstrual, e há também regiões nas quais a menstruação é um tabu. Recentemente, uma jovem inglesa virou notícia por realizar uma corrida menstruada e sem absorvente, o que disse ter sido uma tentativa de aumentar a conscientização sobre as pessoas que não têm acesso aos produtos femininos, e convocou as mulheres a não sentirem vergonha de menstruar.

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Impactos ambientais

Produção

A tecnologia do absorvente íntimo descartável se assemelha à das fraldas, com o uso de árvores e petróleo como matérias-primas para sua fabricação. O absorvente externo é composto basicamente por celulose, polietileno, propileno, adesivos termoplásticos, papel siliconado, polímero superabsorvente e agente controlador de odor.

Esse estudo concluiu que, entre absorventes externos e internos, os externos têm um maior impacto ambiental devido ao maior uso de componentes de plástico. Isso não quer dizer que os absorventes internos não tenham também um impacto ambiental significativo – a fibra de algodão contribui com 80% do impacto total da produção desses absorventes, pois o cultivo intensivo de algodão requer grandes quantidades de água, pesticidas e fertilizantes.

Assim, os absorventes descartáveis, finos e modernos, trazem junto com eles danos significativos para o ambiente, mesmo antes de chegarem até seus consumidores.

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