- Especial
- 21 de outubro de 2022
Praça é nomeada em homenagem a skatista morto em Gravataí
No último fim de semana, a pista de skate do Largo Rui Porto, em São Leopoldo, foi palco de homenagem para Daniel Kauer, conhecido no mundo do skate como Louvadeus. O evento marcou o batizado da pista com o nome do skatista que foi morto ano passado em uma clínica de reabilitação de Gravataí.
A reportagem do Giro de Gravataí conversou com Simone Kauer, mãe de Daniel. Ela diz que foi um momento de reconhecimento por tudo que seu filho entregou ao esporte. “É como aquilo que ele me dizia anos atrás: Mãe um dia você vai ver como vou ser reconhecido como uma Lenda do Skate da minha época. Sim, estava acontecendo realmente, mas ele não estava presente para usufruir de todo esse reconhecimento, uma lástima”.
Simone conta que muitos presentes contaram histórias com Daniel, outros citaram o Louvadeus como sua inspiração no mundo do skate. “Foi um orgulho e uma sensação de paz interior. Teve um momento em que cheguei a me sentir flutuando, de tanta emoção”, relembra.
Ela comenta que sentiu muita verdade e carinho por parte de todos que vinham conversar sobre seu filho. Para a mãe, foi lindo ver o impacto positivo que Daniel causou não só nos skatistas, mas também para a modalidade como um todo. Estas contribuições foram eternizadas em uma placa que dá o nome Daniel Kauer “Louvadeus” à pista.
Na ocasião, o secretário de Esporte e Lazer, Douglas Rodrigues da Silva, abriu a solenidade destacando a importância de Louvadeus para a comunidade do skate, levando o nome de São Leopoldo onde quer que estivesse competindo. A vereadora Iara Cardoso reforçou os elogios e a força que as memórias de Daniel tem em todos que o acompanharam e se relacionaram com ele.
Ao fim da solenidade, a família e demais presentes tiraram uma foto em frente à placa, segurando balões brancos, alguns com o nome de Daniel. Após o registro, soltaram os balões como um símbolo de paz.
O exemplo deixado
Simone lamenta que as coisas não foram do jeito que gostariam, mas espera que o acontecido com seu filho sirva de exemplo para que haja um maior cuidado e uma legislação mais rigorosa para clínicas de reabilitação. Desta forma assegurando maior segurança a quem precisa deste tipo de serviço. “Que sirva de exemplo as próprias clínicas. Para que enxerguem além da área financeira e busquem principalmente por resultados humanistas”, ressalta.
A mãe aponta também que o caso todo serve de exemplo para quem se espelha em Daniel. “Que ao verem o nome do Louvadeus na placa, lembrem-se do grande skatista que foi, mas também, lembrem-se dos perigos a que o álcool e as drogas podem levar. Estas interrompem qualquer carreira, destroem a pessoa e toda sua família”, enfatiza.
O desejo da família é de que as pessoas possam usufruir da pista agora batizada em homenagem ao skatista. Que o local se torne um espaço para unificar e acrescentar coisas boas nas vidas pessoas. Além disso, que seja o ponto de início da carreira de quem almeja se dedicar profissionalmente à modalidade.
O caso
Daniel precisou dos serviços de uma clínica de reabilitação de Gravataí no meio do ano passado. Dois dias após ser internado, o skatista foi sufocado até a morte por um dos monitores da clínica, que funcionava de forma clandestina, por não ter as licenças operacionais necessárias.
Os donos da clínica foram indiciados por homicídio culposo e fraude processual. O caso segue em aberto.