- Polícia
- 2 de setembro de 2020
Polícia não descarta crime de estupro em caso de criança de 5 anos em Gravataí; pais adotivos foram presos
Um dos apontamentos feitos por peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) destacou que a menina de cinco anos, levada sem vida pelos pais adotivos à uma unidade de saúde em Gravataí, no dia 21 de julho, sofreu ferimentos na região genital, além de diferentes hematomas de lesão pelo corpo.
Entretanto, conforme o delegado Eduardo do Amaral, que conduziu o início das investigações e a delegada Karina Heineck, titular da Delegacia da Mulher de Gravataí, o laudo não consegue constatar o que foi utilizado para as lesões que a menina apresentava. A polícia acredita que objetos foram introduzidos na menina, mas aguarda laudos complementares.
O casal foi detido na manhã desta quarta-feira (02). A mãe adotiva estava na casa de parentes, em Três Coroas. Já o companheiro foi detido quando trabalhava em uma construção, em Tramandaí. Eles negaram o crime.
No início das investigações, as outras duas filhas adotivas do casal relataram que brincavam com a menina quando ela havia caído. No começo, a polícia investigava apenas uma suposta negligência dos pais, mas após o histórico do casal, os apontamentos feitos pela professora da menina em Três Coroas e o próprio depoimento das outras duas crianças deram conta de um verdeiro horror.
Já separadas dos pais, que deverão ser excluídos da fila de adoção, as crianças revelaram um ‘regime’ em casa, com uma rotina de afazeres, com punições severas em casos de descumprimentos. Eles também relataram que a irmã mais nova, era quem mais sofria com as constantes agressões.
O laudo do IGP aponta também que a morte da menina foi causada por asfixia, mas em decorrência do rompimento de órgãos internos, e que as lesões para que isso ocorresse não poderiam ser apenas de um tombo. “Eles apontam que a lesão que causou a morte dela é incompatível com o depoimento do casal. O comparativo para a lesão seria um acidente de carro. Precisaria da força de uma batida para causar esse rompimento no interior do corpo”, destacou a delegada.
Presos preventivamente, os pais responderão pelo crime de homicídio qualificado. A polícia busca ainda elementos referente ao crime de estupro de vulnerável. O casal permaneceu em silêncio na chegada à delegacia.
Entenda o caso
Uma criança de 5 anos deu entrada no dia 21 de julho na Unidade de Saúde da Família Santa Cecília, na região da parada 107, em Gravataí. Funcionários do posto tentaram reanimar a menina, mas que já havia chego sem vida. Os pais relataram que no dia anterior ela brincava com as irmãs quando caiu no pátio do sítio aonde viviam.
