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  • 12 de maio de 2020

Padre Fabiano | O papel da Igreja na pandemia

Padre Fabiano | O papel da Igreja na pandemia
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Foto: Vatican News/Reprodução

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Igreja Católica atendeu às solicitações das autoridades sanitárias, especialmente a Organização Mundial da Saúde, bem como das autoridades civis, e adotou o modelo do distanciamento social para diminuir a taxa de difusão da COVID-19. No dia 16 de março de 2020, o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, determinou a suspensão por tempo indeterminado, das missas, reuniões, catequeses e demais eventos em todas as paróquias da região, com o intuito de evitar aglomerações, e preservar a saúde e a vida dos católicos.

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Óbvio que, seguindo a (i)lógica das redes sociais, os bispos brasileiros não foram poupados de xingamentos, despautérios, ofensas, pelo fato de terem subtraído aos católicos o direito de participar da Eucaristia. Os bispos foram acusados de não terem fé, de serem ateus, comunistas; houve inclusive os que se alçaram à categoria de semideuses, afirmando que os bispos responderiam diante do tribunal divino por tal ato hediondo. Surgiu um vídeo no youtube intitulado “Devolvam-nos a missa”, onde jovens pedem aos bispos que reabrissem as igrejas para a celebração pública da missa.

A Igreja tem um compromisso com a vida, e isso está expresso em todos os seus principais escritos, tendo como fundamento o quinto mandamento da Lei de Deus, Não matarás. Os dez mandamentos foram, segundo a fé da Igreja, entregues à humanidade na pessoa de Moisés pelo próprio Deus, no Monte Horeb, e dão sustentação a todas as leis da Igreja.

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O mandamento em questão, “não matar”, embasa todos os pronunciamentos da Igreja sobre, por exemplo, aborto, manipulação de células-tronco embrionárias, pena de morte, eutanásia, entre outros. E tem dado sustentação, também, às ações da Igreja durante a pandemia do COVID-19.

O novo coronavírus é altamente contagioso, e sua disseminação se dá pelo ar em aglomerações, o que tem feito diversos países adotarem o isolamento social como forma de impedir que o vírus circule. As igrejas são locais que favorecem as aglomerações: ali pessoas vão para rezar, para se encontrar. E no encontro, há o aperto de mão, o abraço, o beijo.

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Assim, numa tentativa de ajudar o Estado em sua política de saúde pública, todas as dioceses do Brasil suspenderam as missas públicas, a exemplo do que fez o próprio Papa Francisco – quem não lembra da cena dele rezando sozinho na Praça de São Pedro durante a bênção urbi et orbi dada de modo extraordinária, no último dia 27 de março.

Infelizmente, nem todos concordam – e não podia ser diferente, vivemos numa democracia! Há até os que xingam, ofendem bispos e padres por “terem tirado de nós a Santa Missa”; isso acho inaceitável. Há os que acusam os bispos de não terem fé, “porque quem tem fé, não se contamina.” Isso não é fé, é pensamento mágico, e pode ser uma forma de tentar o poder de Deus (se Deus tem poder e eu tenho fé, não me contamino).

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Surgiu até um movimento nas redes sociais que se autodenominou “Devolvam-nos a missa”. Os bispos não tiraram dos fieis o direito de participar da missa; pelo contrário, estão pensando na saúde e na vida dos fieis. E, por estarem preocupados também com a saúde espiritual dos católicos, incentivam os padres a que aproveitem a tecnologia e transmitam as missas e outros momentos de oração pelas redes sociais.

Se houvesse, por parte dos bispos, qualquer intenção de afastar os católicos da missa, como se fizessem parte de alguma organização secreta que tem o intuito de acabar com a fé das pessoas, não permitiriam que as missas fossem transmitidas pelas redes sociais. Além disso, estão sempre incentivando os fieis a que se mantenham em oração, e temos visto muitas iniciativas louváveis dos líderes maiores da Igreja, e cito apenas duas: o bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, sobrevoou a diocese de helicóptero dando a benção com o Santíssimo Sacramento; o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, foi ao cemitério fazer a encomendação de alguns mortos por COVID-19.

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A Igreja tem cumprido seu papel na luta contra o novo coronavírus. E assim devem fazer todos os ramos da sociedade. Imaginemos as igrejas abertas durante a pandemia de um vírus altamente contagioso, igrejas onde se reúnem, semanalmente, centenas de pessoas. Talvez os números de infectados e mortos seria muito maior que atualmente. Os bispos estão sendo verdadeiros pastores do rebanho.

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