Padre Fabiano | La Casa del Padre

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Nas primeiras colunas que escrevi, teci comentários a dois lançamentos cinematográficos da plataforma Netflix: Dois Papas e Democracia em Vertigem. Nestes dias em que estamos vivendo o distanciamento social, ou a quarentena, seguindo a orientação das autoridades sanitárias e dos infectologistas, o tempo é propício para aumentar nosso catálogo de filmes e séries.

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Para dar um refresco, já que em todos os canais e todos os portais de comunicação, quase todas as notícias, artigos e colunas são sobre o coronavírus, voltarei a escrever um pouco sobre cinema. Escreverei alguns artigos sobre filmes e séries que tenho assistido. E começarei com uma série pela qual não escondo minha preferência: La Casa de Papel.

Isso mesmo, sou um superfã da produção espanhola de 2017 que se tornou um fenômeno mundial. E, pasmem: gosto do Professor e seu grupo de ladrões com nomes de cidades: Berlim, Tóquio, Rio, Denver, Moscou, Helsinque, Oslo e Nairóbi, aos quais foram somados na 3º e 4º Temporada mais alguns municípios: Palermo, Marselha, Bogotá, Estocolmo e Lisboa. Já me perguntaram se pode um cristão torcer para um assalto dar certo, ser fã dos vilões? Sempre respondo: é só uma ficção, sei que é ficção, e não é o assalto em si, mas o conjunto da obra.

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Primeiro ponto que me chamou a atenção no seriado: existe cinema de qualidade fora dos Estados Unidos. Qualidade na fotografia, qualidade no roteiro, qualidade no talento dos atores. É uma série rápida, ágil, com forte conteúdo psicológico e emocional. Qualidade. E digo isso não somente por causa da história do Professor e seu bando, mas porque garimpei a Netflix atrás de outras produções hispânicas e fiquei mais surpreso ainda: O poço,

A casa, entre outros. Outro ponto, e esse penso que deva ser pelo fato de ser uma identificação étnico-cultural, isto é, o sangue latino. Somos emotivos, e isso está muito presente no seriado. Emotividade, dramaticidade, que também tem em produções de outras nacionalidades, mas penso que a nossa forma de ver o mundo aproxima-se muito da cosmovisão espanhola. Nos emocionamos, choramos, gritamos, explodimos, assim como os personagens que entraram na Casa da Moeda da Espanha.

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La Casa de Papel conta a história de um intelectual, que se autodenomina Professor, que reúne oito assaltantes para um golpe único: invadir a Casa da Moeda e imprimir seu próprio dinheiro. O Professor é um gênio, planejou cada detalhe, pensou em cada variável, e em tudo que podia dar errado. Tudo mesmo. Quando se pensava que algo ia dar errado, zaz! O Professor já tinha previsto e pensado em alguma solução. Cada um dos ladrões tem um motivo especial para ter aceito aderir ao projeto; em sua maioria, querem mudar de vida, nenhum deles é rico, alguns devem dinheiro ou querem resolver pendengas familiares, como rever o filho, e veem nesse inusitado golpe a oportunidade de suas vidas.

Uma vez trancafiados na “Casa de Papel”, começam a viver o que muitos estamos vivendo nesses tempos de distanciamento social: estando juntos no mesmo ambiente por muito tempo, sem poderem sair, e estando sob pressão, começam a surgir conflitos, e seus dramas pessoais vem à tona, e os “vilões” começam a ganhar vida, história, as relações de amizade entre eles desfilam diante de nossos olhos. Mesmo o Professor tem um motivo emocional para ter planejado o golpe.

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La Casa de Papel não é só mais um dramalhão espanhol. Os autores tecem críticas fortes ao sistema financeiro e ao capitalismo, e até à forma como a polícia executa a lei e trata os prisioneiros. Mas padre, o senhor é contra o capitalismo? Não, não sou, mas, como qualquer sistema humano, tem suas falhas, e estas precisam ser criticadas, avaliadas, corrigidas.

Por que me tornei fã de La Casa de Papel? Pelo roteiro, qualidade da produção, pela fotografia, pelo talento dos atores, pela história, pelo teor de crítica social que há na história. Sempre gostei de filmes e músicas que contivessem análises da sociedade. Sempre gostei de filmes que me fizessem pensar, refletir. E filmes de com roteiros em que há algum quebra cabeça para ser montado. E tudo isso tem em La Casa de Papel. Por isso, maratonei. Já assisti os oito episódios, cujo final surpreendente e inesperado já me colocaram em ritmo de espera para a 5º Temporada.

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