Orgulho gaúcho em Gravataí | Amor e união de famílias na dança

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Quem preserva os costumes do Rio Grande do Sul sabe o quão característica é a união das famílias. Não é raro ver a junção de pais, filhos, tios e avós num churrasco de final de semana ou numa roda de chimarrão, por exemplo. Algo que sempre uniu gerações é a dança.

Seja nas invernadas artísticas ou nas escolas de dança, é comum vermos casais se formando, pais incentivando filhos e vice-versa. Situação semelhante aconteceu com os dançarinos do Aldeia dos Anjos Bruno Silva e Daniela Catelan, que viram suas respectivas famílias envolvidas com as artes e tradições gaúchas.

Com Bruno, tudo iniciou aos 5 anos de idade, quando viu, pela primeira vez, uma apresentação artística. “Depois de ver a dança dos facões na rodoviária de Porto Alegre, coloquei na cabeça que queria dançar a qualquer custo. Quando vim morar em Gravataí, já tinha primos que faziam parte do CTG e comecei a incomodar a minha mãe que eu também queria. Foi então que, com 9 anos, entrei no Grupo Mirim e nunca mais parei de dançar”, relata.

Após ter conseguido o que queria, os pais do menino também começaram a dançar e a se envolver com a entidade. A dança, nesse caso, levou a família toda a cultivar cada vez mais as tradições, a ponto de que o pai de Bruno, Joelso Silva, acabou se tornando patrão do Aldeia dos Anjos.

Além de ter crescido neste meio tradicionalista, viajado para mais de 10 países com o CTG e conquistado diversas premiações, Bruno, que atualmente integra a Invernada Adulta e atua como coreógrafo da Mirim, diz que também formou família por conta da dança. Ele é casado com a também dançarina Vanessa da Rosa Chamurro, e seu filho, Murilo, ingressou na Invernada Mirim este ano.

“Pra mim é ótimo ver a família toda reunida nisso. Tudo o que conquistei até hoje foi por causa da dança. Eu não sei ter outra vida além desta. E poder crescer nesse ambiente, conviver com as famílias, ver as crianças que já dei aula se tornarem meus colegas na Invernada Adulta, não tem preço”, afirma Bruno.

Em 1984, Daniela Catelan ingressou no Grupo Mirim por iniciativa dos pais, que eram coordenadores no CTG Aldeia dos Anjos. Já na infância conquistou vários prêmios e foi destaque em diversas competições estaduais. “Eu fui campeã estadual por três anos com a Mirim. Depois, participei da Juvenil e da Adulta, fui prenda do Aldeia em todas as categorias e na 1ª Região Tradicionalista também. Mas o mais legal era ver toda a família envolvida nisso. Além dos meus pais, minha irmã também participou e dançou em todas as invernadas comigo”, salienta.

Apesar de ter vivido tantas conquistas e realizações através da dança, houve um momento no qual Daniela precisou se afastar do tablado. Na Invernada Adulta, Daniela descobriu que estava grávida e decidiu dar um tempo nos ensaios e apresentações. “Mas meu filho me levou de volta ao movimento. O Lorenzo começou no Grupo Mirim e já teve a conquista do seu primeiro título estadual, o que me deu ânimo para dançar novamente. Hoje, faço parte do Grupo Veterano e a família Catelan tem feito história ali, afinal, nós acreditamos que mais do que dançar, poder participar e cultivar as tradições é algo mágico, transformador e tem a ver com disciplina, responsabilidade e valores”, finaliza.

Foto de capa: Estampa da Tradição

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